Acordo sobre redução progressiva de HFCs é adotado em Ruanda

Após uma noite de negociações, quase 200 países assinaram no último sábado (15), em Kigali, capital de Ruanda, um acordo que visa à redução progressiva dos hidrofluorocarbonos (HFCs), um dos gases do efeito estufa considerados muito nocivos para o clima.

O governo brasileiro, durante as negociações da 28ª Reunião das Partes do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (MOP-28), buscou sempre o compromisso para redução de gases com potencial de aquecimento global.

Juridicamente vinculante, o acordo de Kigali supõe um passo importante na luta contra o aquecimento climático e permite dar um sinal positivo a menos de um mês da próxima grande conferência anual sobre o clima, a COP 22, em Marrakesh, no Marrocos.

Cronograma


O calendário adotado na Reunião prevê que um primeiro grupo de países, os chamados desenvolvidos, reduza sua produção e consumo de HFC em 10% antes do final de 2019 em relação aos níveis de 2011-2013, e 85% antes de 2036.

Um segundo grupo de países em vias de desenvolvimento, entre eles o Brasil, a China – o maior produtor mundial de HFC – e os africanos, se comprometeu a iniciar sua transição em 2024. Deverão alcançar uma redução de 10% em relação aos níveis de 2020-2022 para 2029 e de 80% para 2045.

Um terceiro grupo de países em desenvolvimento, incluindo Índia, Paquistão, Irã, Iraque,  e os países do Golfo, não começará, por sua parte, até 2028, para chegar a uma redução de 10% em relação ao período 2024-2026 em 2032 e de 85% em 2047.

Fonte: AFP- G1

Estratégias sobre fluídos refrigerantes são debatidas por supermercadistas

Representantes de redes supermercadistas como GPA, Coop, Zaffari e São Vicente e players da cadeia de refrigeração debateram durante todo o dia de ontem (20/10), no Workshop Gases Refrigerantes no Varejo, as melhores alternativas futuras em fluídos refrigerantes. Entre as alternativas, os fluidos naturais, especialmente o CO2, foram apontados por unanimidade como a melhor opção atual e futura para o setor, apesar dos desafios referentes ao alto custo de investimento inicial e à falta de mão de obra capacitada no País.

Os primeiros palestrantes a falarem foram os representantes do Ministério do Meio Ambiente: Frank Amorin e Magna Luduvice, que trataram sobre a evolução do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs e sobre a grande novidade atual que é a recente emenda ao Protocolo de Montreal, aprovada na MOP 28, em Kigali, no último dia 15, que definiu a redução progressiva também dos HFCs, com congelamento do consumo no Brasil a partir de 2024.

“O Protocolo de Montreal é o acordo bilateral mais bem-sucedido do mundo, com resultados efetivos. Daí a enorme repercussão que essa emenda, que o Brasil junto com os demais países-parte aprovaram, é tão importante. Vamos debater com o setor como se dará o cronograma de redução dos HFCs, mas a eliminação futura já é certa, daí a importância dos supermercados pensarem em alternativas que não agridam nem a camada de ozônio nem tenham alto potencial de aquecimento global”, disse Magna. 

Em seguida, Stefanie von Heinemann, da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável – GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit – GIZ – GmbH), falou sobre a implementação do Projeto para o Setor de Serviços do PBH que tem foco na redução de vazamentos dos HCFCs. A gerente de projetos da GIZ/Proklima no Brasil informou  que até hoje mais de 5 mil técnicos refrigeristas foram capacitados em todo o País nos Cursos de Boas Práticas em Refrigeração Comercial e que já está disponível para uso de todo o varejo um sistema de controle gratuito de HCFC-22 (www.ozoniohcfc.com.br).  “Muitos supermercadistas tem apoiado o nosso trabalho, enviando seus técnicos para treinamento e utilizando o sistema Pró-Ozônio. Mas é importante que mais empresas participem”, afirmou Stefanie.

O terceiro palestrante do dia foi Clovis Zapata, da UNIDO, Organizações das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, que falou do projeto de apoio ao setor de manufatura de refrigeração do País, com investimentos de R$ 11,2 milhões até 2021, principalmente focado em disseminação de tecnologias de baixo impacto no sistema climático global.

Ignácio Gavilan, do Consumer Good Fórum, que reúne 400 membros da indústria mundial, incluindo grandes grupos do varejo, e tem foco na orientação de estratégias voltadas à sustentabilidade, foi conclusivo em sua palestra: “Nossa visão é passar direto para os refrigerantes naturais (sem focar em alternativas como os HFOs). Da parte da indústria, queremos liderar essa mudança, fazendo-a acontecer o mais próximo possível”, disse.

Guilhermo Rocha, da Frigo Consulting, empresa com atuação em toda a Europa, concordou: “Sempre que há uma tecnologia nova o preço é maior no começo, mas a tendência é diminuir. Hoje os varejistas devem traçar uma estratégia clara e já passar para o CO2, evitando os refrigerantes sintéticos”, disse.

Rogério Marson, da Eletrofrio, maior fornecedor de equipamentos refrigerados do setor, confirmou essa tendência, em sua palestra. “Em seis anos o setor de supermercados conseguiu zerar o HCFC-22 em instalações novas. Hoje mais de 120 lojas já utilizam o CO2 com sistema subcrítico.  Agora temos outro desafio que é zerar os HFCs. Temos que iniciar uma nova batalha”, disse, apontando alternativas como o maior uso de outro fluído natural: o propano.

Cases de varejo

Mediados por Josilene Ferrer da Cetesb representantes do setor supermercadista debateram sobre suas experiências e apontaram alternativas tanto para a redução do consumo do HCFC-22, quanto em novos fluídos a serem utilizados.

Veja a seguir uma síntese:

  • GPA – Luiz Moreno, responsável pela área de manutenção da companhia, falou especialmente sobre o empenho em reduzir vazamentos de HCFC-22. “Apesar das novas alternativas, que já estamos testando, a maioria das lojas do Grupo ainda é com HCFC-22 e, portanto, nossa prioridade é reduzir vazamentos. Nossa meta inicial este ano era economizar em torno de 6%. Já conseguimos economizar 20%, até este mês de outubro, com esse trabalho”, disse.  Segundo ele, além de capacitar constantemente sua equipe e a de loja, são utilizadas equipes caça-vazamentos e sistemas tecnológicos, para detecção e correção rápida dos problemas.
  • Zaffari – Aroldo Lima falou do pioneirismo da rede, que atua no Rio Grande do Sul e em São Paulo, no uso de refrigerantes naturais (especialmente a Amônia utilizada em sistema selado em seu centro de distribuição) e sobre o foco atual em CO2. “As próximas duas lojas que vamos inaugurar serão com CO2”, disse. Segundo ele, as empresas do setor precisam estar atentas também ao processo construtivo,  realizando e aplicando bons projetos. Além da atenção ao tipo de fluído a ser utilizado, à qualidade da mão de obra, e à manutenção preventiva e eficiente.
  • São Vicente – Thiago Pietrobon, da Ecosuporte, falou do trabalho realizado na Rede São Vicente, do interior de São Paulo, focado na redução do consumo do HCFC-22 e também nas novas alternativas de fluidos a serem utilizadas. “Realizamos um inventário detalhado de todo o parque refrigerado instalado nas lojas, com foco principalmente na detecção de vazamentos e agora estamos definindo custos e prioridades”, disse.  Thiago também falou sobre o início do Projeto Demonstrativo, realizado no âmbito do PBH em parceria com o MMA e a GIZ, em uma loja do São Vicente, que irá permitir que a instalação de HCFC-22 funcione de forma selada, evitando vazamentos, e poderá no futuro servir de exemplo a outras redes.
  • Coop – Marco Feresin, responsável pela área, falou da aposta da rede nos refrigerantes naturais como a melhor alternativa ao HCFC-22. Nos últimos anos a rede só tem inaugurada lojas com CO2 e com ilhas-self que utilizam propano. “Hoje conseguimos manter sistemas mais precisos, com menor custos de manutenção e também de investimentos. Os fluídos naturais são melhores que qualquer fluido sintético”, disse. A rede também investe na redução do HCFC-22, realizando retrofit em 14 lojas e investindo em sistemas eletrônicos, que reduzem o consumo de energia e controlam vazamentos, além, é claro do investimento em pessoal. “O varejista consegue retorno investindo em boas práticas”, afirmou.

Próximos passos

Durante a tarde, os participantes do Workshop (varejistas, profissionais da indústria, consultores especializados, representantes do MMA, da GIZ, do PNUD e da UNIDO) debateram o tema ainda mais profundamente durante mesas de discussão coordenadas por mediadores especializados (Thiago Pietrobon, Tomaz Cleto e Sidney Isidro).  Entre os desafios futuros foi consenso entre os participantes, além do foco em alternativas de fluidos naturais, a importância de estratégias para qualificação e, especialmente, valorização de pessoal técnico, a começar pela conscientização dos empresários do setor a respeito*.

Finalizando os debates do dia, Laura Pires, diretora de Sustentabilidade do GPA, anfitriã do evento, disse que o principal propósito do workshop foi ampliar os debates sobre as novas alternativas aos HCFCs, abordando estratégias futuras para todo o setor supermercadista, e que essa missão foi cumprida graças ao empenho de todos os participantes.

Como disse Laura:  “Hoje 30% a 40% do impacto ambiental das empresas de supermercados é devido ao sistema de refrigeração. O varejo precisa olhar para essa questão porque o desafio é enorme. A crise energética que vivemos recentemente serviu de aprendizado e mostra a importância deste tema. Precisamos, juntos, pensar em estratégias futuras”.

A iniciativa da Sustentabilidade do GPA, que organizou o workshop aberto aos varejistas, foi muito elogiada por todos os participantes. 

O evento, que ocorreu no auditório da Sede da Via Varejo, em São Caetano do Sul, contou com o apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ), da Organizações das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), e também da Associação Paulista de Supermercados (APAS).

* Esses temas serão novamente debatidos, desta vez pelos empresários supermercadistas, no Workshop Sustentabilidade, da Convenção ABRAS- 50 ANOS, que acontece no próximo mês de novembro.

Por Susana Ferraz

Fonte: GIZ/Sete Estrelas Comunicação

50ª Convenção ABRAS debate eliminação dos HCFCs no Brasil

Na próxima terça-feira, dia 8, ocorrerá a Convenção ABRAS 2016 – 50 Anos, no Bourbon Convention & Resort, em Atibaia (SP), realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). O evento, que irá até o dia 10 de novembro, terá um painel especial para debater a eliminação dos HCFCs no Brasil e as novas alternativas tecnológicas em refrigeração comercial para o setor.

A abertura oficial da Convenção ABRAS 2016, que tem como tema Simplificação: a melhor forma de se inovar, está marcada para o dia 8/11, às 20 horas, e irá receber os principais proprietários, diretores e executivos do varejo brasileiro, além de representantes do governo federal e líderes de entidades empresariais. São esperados mais de 700 participantes. Um pouco antes da abertura solene, às 18 horas, os convidados participarão de um coquetel especial na Exposição e Feira de Tecnologia, que também contará com novidades na área da refrigeração comercial.

“A Convenção ABRAS está completando 50 anos, e preparamos um evento especial, com os melhores especialistas do mercado, para apoiar o supermercadista com mais conhecimento e inovação tecnológica. Nosso foco está nas oportunidades para simplificar o dia a dia das lojas, tornando a gestão ainda mais eficiente para nossos consumidores”, destaca o presidente da ABRAS, Fernando Yamada.

Redução HCFC

No primeiro dia da Convenção, 8/11,  acontecerá o Workshop ABRAS, no qual renomados especialistas debaterão temas ligados à Sustentabilidade e ao Consumidor. No bloco Sustentabilidade, às 9 horas, haverá um painel com especialistas que tratará temas como: a Evolução do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH); as Ações no Setor de Serviços para Boas Práticas e Redução de Vazamentos; Novas Alternativas em Tecnologias, entre outros.


Neste painel participam: Magna Luduvice, gerente de Proteção da Camada de Ozônio do Ministério do Meio Ambiente; Stefanie von Heinemann, gerente de projetos do programa Proklima da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH; Paulo Neulaender, vice-presidente de Meio Ambiente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), Rogério Marson, gerente de Engenharia da Eletrofrio; e Aroldo Lima, gerente geral de Manutenção e Obras da Companhia Zaffari Bourbon.

Ainda dentro do tema Sustentabilidade haverá pela manhã um debate sobre Eficiência Energética e, à tarde, serão debatidos os temas Comportamento do consumidor – como simplificar para atender melhor e também ocorrerá o Painel da União Nacional de Entidades de Comércio e Serviços (UNECS).


Grandes nomes

Renomados especialistas nacionais e internacionais confirmaram presença na Convenção ABRAS 2016 – 50 Anos, dentre eles um dos grandes nomes do varejo da atualidade, Freddy Cameron, que foi durante longo tempo um dos principais gestores operacionais do grupo Costco nos EUA, e atualmente é gerente-sênior do Sam’s Club, do Grupo Walmart.

Também participará do evento Sean Thompson, vice-presidente de marcas próprias da 7-Eleven, uma das maiores cadeias de lojas de conveniência do mundo. Além dele, será palestrante Jason Young, consultor internacional, especialista em desenvolvimento de lideranças, com atuação de destaque na gerência da Southwest Airlines, companhia conhecida por criar o modelo de negócio que revolucionou os mercados de transporte aéreo nas últimas três décadas: o low cost (baixo custo). Outro destaque é o diretor de Vendas da Unilever, Ricardo Zuccolo que falará da sua experiência na área, e apresentará cases e temas para potencializar as vendas nos supermercados.

Mais informações em:
www.abras.com.br/convencao2016

Fonte: Sete Estrelas Comunicação / Redação Portal ABRAS

Alternativas para HCFCs foram debatidas na Convenção ABRAS 2016

Empresários e executivos das principais redes supermercadistas do País debateram ontem (8/11) pela manhã, durante o Workshop Abras, no auditório do Theatro Bourbon, localizado no Bourbon Convention & Resort, em Atibaia (SP), a eliminação dos HCFCs no Brasil e as novas alternativas tecnológicas em refrigeração comercial. Organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o evento abriu as atividades da 50ª edição da Convenção ABRAS, que ocorre até amanhã (10/11), reunindo mais de 700 supermercadistas (proprietários, altos executivos e líderes empresariais).

Fernando Yamada, presidente da Abras, abriu o Workshop dando boas vindas a todos e falando da importância das comemorações dos 50 anos da Convenção Abras e da oportunidade que se criou, no workshop, para se debater temas tão importantes ligados à sustentabilidade do setor. “Temos muito a aprender com os especialistas que irão nos falar neste Workshop, que se iniciará com o Painel sobre HCFCs. Hoje, não há como promover crescimento econômico sem olhar para o planeta. A sustentabilidade é um assunto que já faz parte da vida do supermercadista e vai impactá-la cada vez mais”, disse Yamada, convidando a todos os supermercadistas presentes a participarem ativamente dos debates e a utilizarem na prática os conhecimentos em suas empresas.

Protocolo de Montreal

Magna Luduvice, gerente de Proteção da Camada de Ozônio, do Ministério do Meio Ambiente (MMA) foi a primeira palestrante do dia e abordou, em sua palestra, a evolução do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), fluídos frigoríficos ainda muito utilizados nos sistemas de refrigeração em supermercados.

Magna explicou detalhadamente como o governo brasileiro está encaminhando as questões em relação à implementação do Protocolo de Montreal, que determinou a eliminação dos HCFCs (redução no Brasil de 35% do consumo em 2020 e total em 2040).

 “O maior uso do HCFC-22 (82,26%) se dá no setor de serviços, predominantemente no setor de supermercados, por isso a importância das empresas do setor estarem atentas a formas de evitar vazamentos desse fluído, que ainda é muito utilizado (uma loja desperdiça no ano 102% da carga inicial)”, disse Magna.

A gerente do MMA também falou sobre a emenda ao Protocolo de Montreal aprovada na MOP 28, em Kigali, no dia 15 de outubro passado, que definiu a redução progressiva também dos HFCs, com congelamento do consumo no Brasil a partir de 2024 e redução a partir de 2029. “Com esta decisão, os senhores, supermercadistas, precisarão ficar atentos também à utilização dos HFCs (R-404a e R134a), que hoje estão sendo muito utilizados como alternativas aos HCFCs”, alertou Magna. 

Novas tecnologias

Rogério Marson, gerente de Engenharia da Eletrofrio, deu continuidade ao painel, deixando claro em sua palestra que o problema maior está nas lojas antigas do setor, já que as novas unidades estão todas sendo realizadas com sistemas que utilizam outros fluídos. “Em seis anos o setor de supermercados conseguiu zerar a utilização de HCFC-22 em instalações novas”, disse.

Marson explicou o avanço da utilização pelo setor de tecnologias mais sustentáveis, utilizando fluídos naturais como CO2, propano e amônia. “O R-22, como refrigerante sintético, foi uma excelente alternativa por 30 anos, mas deixou prejuízos ao meio ambiente. Estou convencido de que as tecnologias dos refrigerantes naturais voltaram para ficar (elas foram as primeiras a serem utilizadas no mundo desde 1850). Elas são as melhores alternativas futuras. Teremos de trabalhar cada vez mais com as altas pressões do CO2, com a inflamabilidade do propano e com a toxidade da amônia, e, por essas tecnologias exigirem maior capacitação de pessoal técnico, esse precisará ser o foco das empresas do setor”, recomendou.

O gerente da Eletrofrio informou sobre a grande utilização hoje do COem sistema subcrítico (mais de 120 lojas no País) e também do início da utilização de lojas com o sistema transcrítico (uma tendência na Europa).

Boas práticas

Stefanie von Heinemann, gerente de projetos do programa Proklima da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável – GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH) apresentou aos supermercadistas, um balanço dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos, na implementação do PBH, com foco em conhecimento e capacitação de pessoal técnico. “Os supermercados brasileiros consomem aproximadamente 5 mil toneladas de HCFCs por ano, somente para reposição de fluido frigorífico. Isto corresponde a um prejuízo do setor com vazamentos de aproximadamente R$ 250 milhões”, afirmou.

Foi por isso que o governo brasileiro, com apoio da GIZ, priorizou o Programa de Boas Práticas para melhor contenção do HCFC-22 durante a instalação, manutenção, reparo e operação dos sistemas de refrigerados, que capacitou, nos últimos dois anos, 5.313 mil técnicos refrigeristas, como bem explicado por Stefanie. “Nesta fase, que é a primeira do PBH, conseguimos treinar pessoal técnico de mais de 1.100 empresas supermercadistas”, disse, enfatizando que isso só aconteceu graças ao apoio de entidades como a Abras e as associações estaduais de supermercados, e, também, de empresas do setor, que incentivaram seus técnicos a participarem nos cursos de boas práticas.

Stefanie falou também da segunda fase do PBH que prevê a capacitação de mais 1 mil técnicos (de sistemas de refrigeração em supermercados e de ar condicionado). Além disso, a próxima fase prevê também a implantação de dois centros de treinamento com sistema e ferramentas práticas de demonstração para a capacitação de técnicos na operação, instalação e manutenção segura de sistemas comerciais a base de CO2 e HC.

A gerente de projetos da GIZ reforçou ainda aos supermercadistas que está disponível para uso de todas as empresas um sistema de controle gratuito de HCFC-22, com tecnologia alemã, mas totalmente adaptado à realidade brasileira, por meio do site: www.ozoniohcfc.com.br. “Muitos supermercadistas tem apoiado o nosso trabalho, liberando seus técnicos para treinamento nas escolas técnicas e utilizando o sistema Pró-Ozônio. Mas é importante que mais empresas participem. Estamos abertos para oferecer mais orientação a respeito e também para receber sugestões. Nosso objetivo é apoiá-los cada vez mais”, afirmou Stefanie.

Exemplo do setor

Aroldo Lima, gerente geral de Manutenção e Obras da Companhia Zaffari Bourbon, pioneira na utilização de fluidos naturais em refrigeração no setor, com um plano de trabalho estruturado desde 1987. Este plano consistiu em investimento em máquinas recolhedoras; treinamento e capacitação de pessoal; em centrais de reposição; na compra de fornecedores certificados; e na utilização de procedimentos de segurança.

“Em 1987 a Cia. Zaffari, atenta às orientações do Protocolo de Montreal, tomou a decisão de reduzir a quantidade de HCFCs, utilizando estes apenas como fluído primário na casa de máquinas e outros fluídos secundários para a troca. Neste mesmo ano, fez sua primeira aplicação com fluído natural em alta temperatura (amônia). E em 1990 já inaugurava suas primeiras lojas 100% com fluído natural”, disse Lima.

A rede continua com investindo hoje em novas tecnologias. Em 2006, fez sua primeira instalação com propano; e este ano inaugura duas lojas com CO2 com sistema subcrítico. “Nossa aposta é nos fluídos naturais, que hoje respondem por 85% do consumo de fluídos da rede (os HCFC-22 respondem por 11% e o HFCs, 404A, e outros por 25%). Em três ou quatro anos não teremos mais R-22 em nossas lojas”, disse o executivo.

Reconhecido profissional do setor na área, Aroldo Lima ressaltou aos colegas supermercadistas, presentes no auditório do Workshop Abras, que independentemente do sistema e fluido a serem escolhidos, é preciso priorizar os cuidados com o projeto e as instalações, e, ainda mais, capacitar as pessoas que cuidam deles. “Você não daria um carro novinho para uma pessoa sem habilitação adequada dirigir, certo? Então, porque algumas empresas dão um sistema de refrigeração, que é valioso, para qualquer equipe, sem capacitação e treinamento adequado, manter?”, refletiu.  Como ele frisou: “As boas práticas no uso e manutenção dos sistemas refrigerados das lojas são cada vez mais necessárias. É importante que os empresários e profissionais do setor estejam atentos a isso”.  

A visão da indústria

Paulo Neulaender, vice-presidente de Meio Ambiente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), foi o último palestrante a falar sobre o tema no painel e em sua palestra enfatizou que é hora dos empresários do setor pensarem bem nas alternativas para a substituição dos HCFCs “para não perderem dinheiro depois”.

“Hoje o volume de HCFC-22 ainda é suficiente para atender o mercado, por isso a prioridade agora é evitar vazamentos, melhorando a manutenção das lojas. Mas, em 2020, o mercado terá 350 toneladas a menos, com isso seu preço poderá estar até 100% mais caro e poderá até já começar a faltar esse gás”, alertou o especialista.

Para Neulaender, quanto maior for a quantidade de supermercados que um empresário possuir, mais deve ser acelerado o cronograma de trabalho para reduzir/eliminar o HCFC-22, sempre priorizando a manutenção e redução dos vazamentos, além do recolhimento e regeneração do fluido. “Só assim o empresário sentirá menos o impacto nos investimentos e correrá menos riscos no futuro”, disse.

Neulaender também incentivou os supermercadistas a procuraram mais informações, entrando em contato com a própria Abras, com a Abrava, da qual faz parte, e/ou com a GIZ.  “Estamos à disposição para apoiá-los nesse processo de eliminação dos HCFCs”, disse.

Em seguida ao Painel HCFC, os supermercadistas, e entre eles diversos dirigentes de associações estaduais do setor, puderam tirar suas dúvidas por meio de perguntas e, depois, pessoalmente, com os palestrantes, durante coffee-break, o que deixou clara a relevância e atualidade do tema, que é de grande interesse das empresas do setor.

Por Susana Ferraz / Sete Estrelas Comunicação

14a Reunião do GT-HCFCs debate impactos no Brasil da emenda de Kigali

A 14ª Reunião do Grupo de Trabalho GT-HCFCs aconteceu ontem (17.11) na sede da Abrava – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, em São Paulo-SP, reunindo diversos representantes do governo, da indústria e do comércio e de agências internacionais. O principal tópico da reunião foi a análise da emenda ao Protocolo de Montreal aprovada na MOP 28, em Kigali, no dia 15 de outubro passado, que definiu a redução progressiva também dos HFCs, com congelamento do consumo no Brasil a partir de 2024 e redução a partir de 2029.

A gerente de Proteção da Camada de Ozônio, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Magna Luduvice, explicou todo o processo envolvido e os resultados das negociações (veja quadro), e enfatizou: “Nós fizemos uma negociação levando em conta a viabilidade econômica, social e ambiental do nosso País. Na nossa avaliação, o resultado foi bom, porque dá ao setor produtivo tempo para se planejar para as mudanças que irão ocorrer”, afirma Magna.

Ficou pré-agendada uma próxima reunião do GT-HCFCs para março do próximo ano, que entre outros tópicos irá debater sobre uma nova Instrução Normativa (IN) do IBAMA, prevista para 2018, que deve tratar de controle de importação de HCFCs e limites de consumo de compra/venda/uso destas substâncias para registro no CTF.

Governo e iniciativa privada

O GT HCFC foi criado pela Portaria nº 41, de 25 de fevereiro de 2010, com o objetivo de auxiliar o governo brasileiro na elaboração e implementação do PBH. A Portaria nº 179, de 24 de junho de 2015, recriou o GT-HCFCs estabelecendo novo prazo de vigência até 31 de dezembro de 2020.



O GT-HCFCs é formado pelas seguintes entidades:



I – Ministério do Meio Ambiente – MMA, Coordenador do GT-HCFCs;                                                                                        II – Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC;
III – Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços – MDIC;
IV – Ministério das Relações Exteriores – MRE;
V – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA;
VI – Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente – ABEMA;
VII – Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente – ANAMMA;
VIII – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – ABINEE;
IX – Associação Brasileira da Indústria Química – ABIQUIM;
X – Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS;
XI – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento – ABRAVA;
XII – Associação Brasileira da Indústria do Poliuretano – ABRIPUR;
XIII – Associação Nacional dos Fabricantes de Eletroeletrônicos – ELETROS; e
XIV – Confederação Nacional da Indústria – CNI.
 

Saiba mais em:

http://www.mma.gov.br/clima/protecao-da-camada-de-ozonio/programa-brasileiro-de-eliminacao-dos-hcfcs/grupo-de-trabalho-gthcfcs

Protocolo de Montreal completa 30 anos em 2017

Desde 1987, o Protocolo de Montreal, chancelado em cidade de mesmo nome no Canadá, tem como objetivo promover mecanismos de proteção da camada de ozônio, que funciona como um filtro ao redor do planeta e protege os seres vivos dos raios ultravioleta. Este acordo entrou para a história ao se tornar, em 2009, o primeiro tratado sobre meio ambiente a ser universalmente ratificado por 197 países. 


O Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal (FML), instituído em 1990 para prover assistência técnica e financeira aos países em desenvolvimento com recursos provenientes dos países desenvolvidos, é um dos mecanismos que garante o sucesso da implementação em âmbito global desse importante Tratado Internacional.


O Protocolo de Montreal estabelece metas de eliminação das substâncias destruidoras da camada de ozônio, conhecidas como SDOs, para todas as Partes, respeitando o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Ao longo dos anos, o Protocolo foi emendado e ajustado, fosse para introduzir outros tipos de medidas de controle, acrescentar novas substâncias controladas para a lista, fosse para acelerar os cronogramas de eliminação progressiva. Essas alterações ao Protocolo de Montreal são nomeadas de acordo com o local de sua adoção: Londres (1990), Nairóbi (1991), Copenhagen (1992), Bangkok (1993), Viena (1995), Montreal (1997), Pequim (1999) e, mais recentemente, Kigali (outubro, 2016).


A Emenda de Kigali – que estabelece o controle do consumo dos hidrofluorcarbonos (HFCs) pelo Protocolo de Montreal – representou outro grande fato histórico, pois, pela primeira vez, o Protocolo passou também a tratar de substâncias que não causam danos à camada de ozônio, mas que afetam o sistema climático global.


Nesses 30 anos de história, o Brasil tem sido um precursor na eliminação das SDOs. Sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e com o auxílio das agências implementadoras – Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) – o Brasil executou projetos para conversão tecnológica nos setores de espumas, refrigeração e ar condicionado, solventes, agricultura, indústria farmacêutica e demais setores da indústria química, além de capacitar mais de 30 mil técnicos do setor de refrigeração e ar condicionado.

Ao longo dessas três décadas, o país eliminou o consumo de aproximadamente 17 mil toneladas de Potencial de Destruição do Ozônio (PDO) de substâncias prejudiciais para a camada de ozônio, tais como CFC, Halons, CTC e Brometo de Metila na agricultura. No cenário atual, o principal foco do Protocolo de Montreal é a completa eliminação da produção e consumo dos hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) em todo o planeta até 2040.


Segundo dados da ONU, os Estados parte do Protocolo de Montreal já eliminaram cerca de 98% de substâncias nocivas para a camada de ozônio, impedindo, assim, que mais de dois milhões de casos de câncer de pele atingissem a população por ano. Os resultados desses 30 anos de existência do Protocolo mostram a importância de seguir avançando com ações para a proteção da camada de ozônio por meio de uma parceria bem-sucedida entre o Governo, setor produtivo e sociedade.

Fonte: http://www.protocolodemontreal.org.br

Contratação de instituições de ensino técnico profissionalizante para a realização de cursos de treinamento e capacitação em boas práticas na refrigeração

A Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, está promovendo licitação para a contratação de instituições de ensino técnico profissionalizante para realização de cursos de treinamento e capacitação em boas práticas na refrigeração destinados ao aperfeiçoamento dos serviços prestados por profissionais do setor.

O projeto de treinamento e capacitação faz parte da segunda etapa do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH) e tem como objetivo reduzir os vazamentos e o consumo do R-22 no setor de serviços. Está prevista a capacitação de mais de 7 mil profissionais que atuam na instalação, manutenção, operação e reparos de aparelhos de ar condicionado de pequeno porte (tipos Split e Janela) e de equipamentos de refrigeração comercial, por meio de conteúdos programáticos distintos para atender as necessidades específicas de cada subsetor. Serão introduzidas e reforçadas técnicas e procedimentos que contribuam para a redução das perdas de fluidos frigoríficos, reduzindo as necessidades de manutenção e aumentando a vida útil dos equipamentos.

As instituições de ensino interessadas de todo o Brasil deverão entrar em contato por meio do endereço eletrônico licitacoes@giz.de a fim de solicitar mais informações, como os procedimentos e documentos necessários para envio da manifestação de interesse formal até o dia 24.04.2017

Supermercados precisam aumentar o ritmo de modernização de suas instalações frigoríficas

Líderes supermercadistas, o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Pedro Celso Gonçalves, e o presidente da Associação Brasileira de Supermercados, João Sanzovo Neto, afirmaram que as empresas do setor precisam aprimorar ainda mais o ritmo de modernização de suas instalações frigoríficas para evitar vazamentos do HCFC-22 na atmosfera, durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira  na  cidade de São Paulo — antes da abertura do maior evento do setor no País, a Apas Show 2017, que está sendo realizado no Expo Center Norte, de 2 a 5 de maio. 

Cientes de que o setor varejista tem o desafio de combater o vazamento anual de HCFCs no Brasil, que corresponde, no volume médio, a 102% em relação à carga de fluido refrigerante instalada, os presidentes da Abras e da Apas afirmaram que este é um tema que merece maior atenção dos empresários.

“Vejo que muitos supermercadistas aqui de São Paulo investiram pesado em novos sistemas, mas precisamos dar ainda mais atenção a essa questão, para evitar esses vazamentos”, afirmou Pedro Celso, que é proprietário da rede Enxuto, com lojas localizadas na região de Campinas (SP).

O presidente da Abras concordou com o presidente da Apas e acrescentou sua preocupação em nível Brasil:  “Precisamos aprimorar os investimentos em novos sistemas com equipamentos modernos em todo o País e, por isso, precisamos muito da indústria de refrigeração ao nosso lado, como parceiros, porque temos um prazo para cumprir a legislação (para a eliminação definitiva dos HCFCs até 2040)”, afirmou João Sanzovo.  “Na nossa empresa (rede Jaú Serve Supermercado) nós temos investido em equipamentos mais modernos e também temos uma equipe própria capacitada para a manutenção. Estamos sempre conversando e aprendendo com nossos fornecedores novas formas de trabalhar e modernizar essa área. A parceria com nossos fornecedores é fundamental nesse processo de modernização”, complementou.

A Associação Brasileira de Supermercados, da qual a Apas é uma das afiliadas,  é parceira do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Por Susana Ferraz

Brasil recebe representes do Fundo Multilateral para avaliar implementação de projeto do Protocolo de Montreal com foco na substituição de equipamentos contendo substâncias que destroem a Camada de Ozônio, CFCs e HCFCs

Para avaliar os resultados do Projeto demonstrativo para o gerenciamento de chillers, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e implementado pelo PNUD, o Fundo Multilateral para Implementação do Protocolo de Montreal enviou a oficial de monitoramento Angelica Domato e a consultora especialista no setor de chiller, Marta Comte para o Brasil. A missão teve início hoje em Brasília e termina na próxima sexta-feira 12. As avaliadoras farão visitas a Cuiabá e São Paulo, onde o projeto realizou estudos de caso.

“Como este é um projeto demonstrativo, é muito importante sabermos quais foram os desafios e os principais resultados da implementação dele”, afirmou a oficial de monitoramento do Fundo Multilateral, Angelica Domato. “Esperamos usar essa experiência para implementar outros projetos em outros países ou mesmo no Brasil”, complementou.

“O Protocolo de Montreal é tido como um acordo ambiental bem-sucedido ao longo de seus 30 anos de existência. Dentre os fatores que contribuíram para esse sucesso está, sem dúvida, o embasamento técnico e científico”, afirmou o secretário de Mudança do Clima e Florestas do MMA, Everton Lucero.

O projeto foi desenhado em 2005, mas iniciou suas atividades apenas em 2012. “Por começar a ser implementado 7 anos depois, o projeto já não abordava a realidade do país, então ele precisou ser redesenhado e incluir, por exemplo, os HCFCs, pois, inicialmente estava prevista apenas a abordagem dos chillers com CFCs”, explicou a gerente de proteção da camada de ozônio do MMA, Magna Luduvice.

“Além disso, adicionamos um resultado ao projeto, o de retrocomissionamento, pois o setor demandava estudos sobre isso”, afirmou o analista ambiental do MMA, Frank Amorim.

“Retrocomissionamento é um processo de qualificação do edifício, focado em garantir o conforto do usuário, e que traz, por consequência, a eficiência energética e diminuição de custos para o edifício”, explicou o especialista em chillers Tomaz Cleto.

“O projeto realizou quatro estudos de retrocomissionamento, sendo dois deles em edifícios públicos, em Cuiabá e Fortaleza, e dois em edifícios privados, em São Paulo”, explicou o especialista em chiller Maurício Rodrigues ao apresentar os resultados de cada retrocomissionamento realizado no âmbito do projeto.

“Essa foi a primeira vez que a eficiência energética foi amplamente discutida em um projeto do Protocolo de Montreal”, pontuou o coordenador regional para os projetos do Protocolo de Montreal pelo escritório do PNUD para a América Latina e o Caribe, Kasper Koefoef.

Além da melhoria em eficiência energética e do sistema de ar-condicionado, uma das funções-chave do retrocomissionamento é capacitar a equipe de operações para manter esse sistema otimizado, afirmou Cleto.

Para capacitar o setor tanto em relação a retrocomissionamento quanto à substituição de CFC e HCFC em chillers, o projeto organizou três seminários internacionais, no Rio de Janeiro, em Fortaleza e São Paulo. Os seminários foram centrados em três principais temas para a área: fluidos refrigerantes, com ênfase em fluidos de baixo GWP; novas tecnologias de sistemas de água gelada, para reduzir consumo de energia; e aspectos operacionais e de manutenções.

“Como percebemos também que o mercado carecia de informações técnicas para a substituição de substâncias danosas para a camada de ozônio em chillers, realizamos mais dois cursos técnicos em Brasília e São Paulo”, explica Amorim. No total, cerca de 500 especialistas foram capacitados com os seminários e cursos técnicos.

O projeto deixa como legado uma série de materiais técnicos sobre sistemas de água gelada. “Toda a informação produzida pelo projeto pode ser acessada na página do Protocolo de Montreal no Brasil e do Ministério do Meio Ambiente, inclusive as palestras dos referidos cursos e seminários”, ressaltou a gerente de projeto interina do PNUD, Ana Paula Leal.

“Quando somamos tudo o que foi implementado, percebemos que foi um projeto com um impacto significativo para o país”, observou Koefoef.

Fonte: http://www.protocolodemontreal.org.br

GT–HCFCs aprova atualização de instruções normativas do IBAMA, que definem redução de importações (IN-14) e cadastramento técnico federal (IN-37)

A 15ª Reunião do Grupo de Trabalho GT–HCFCs aconteceu ontem (20.7) em São Paulo, realizada pelo Ministério do Meio Ambiente, e, entre outras definições importantes, ficou estabelecido que em 2018 e 2019 não haverá redução de importações desses fluídos. Mas o HCFC-141b será praticamente eliminado em 2020 e o HCFC-22 terá grande redução em 2021.

O ponto principal da pauta de discussão focada na Proteção da Camada de Ozônio no Brasil foi apresentado por Magna Leite Luduvice, responsável pela Coordenação-Geral de Proteção da Camada de Ozônio do  Departamento de Monitoramento, Apoio e Fomento de Ações em Mudança do Clima, da Secretaria de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente . Ela introduziu e coordenou o debate sobre a atualização das Instruções Normativas IBAMA nº 14 (sobre cotas de importação dos HCFCs) e nº 37 (sobre a obrigatoriedade de cadastramento no Cadastro Técnico Federal do IBAMA (CTF/APP)).

Entre as alterações propostas para a IN-14, e aprovadas na tarde de ontem pelo GT-HCFCs,  está a redução de importação do HCFC-22, muito utilizado em sistemas de refrigeração do comércio (supermercados, padarias, açougues, etc.),  em 27,10% da cota de  importações em 2021; e a redução de 90,03% da cota de importação do fluido HCFC-141b em 2020, cujo uso será proibido completamente para a produção de espumas no mesmo ano.

Estas reduções foram bem aceitas pelos setores participantes do GT, já que estavam previstas dentro das metas de eliminação dos HCFCs previamente divulgadas.

Quanto às alterações da IN-37,  a principal definição aprovada ontem foi a desobrigação do registro no CTF dos prestadores de serviços em refrigeração, sejam pessoas física ou jurídica. Os usuários, consumidores dos fluidos, mesmo de grande porte, como supermercados, também estarão desobrigados de fazer esse registro, após a publicação da instrução.

Essas alterações nas IN-14 e IN-37, que foram elaboradas por Juliana Ramalho, Luciana Caltano e Miriam Pozernheim, da Coordenação de Controle de Resíduos e Emissões do IBAMA, após a aprovação do GT ontem, agora serão submetidas à área jurídica do Ministério, quando ainda poderão sofrer alguma alteração. Após aprovadas, as instruções normativas seguirão para consulta pública e só depois serão publicadas oficialmente (publicaremos as normas na íntegra neste site apenas quando abertas a consulta pública). Esse processo deve ocorrer nos próximos meses, com previsão de ser finalizado até o final do ano.

A reunião aconteceu no auditório da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento – ABRAVA com a presença de diversos membros do Governo, dos setores envolvidos, e das agências implementadoras do PBH – Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs. 

Confira as entidades membro do GT-HCFCs em: http://www.mma.gov.br/clima/protecao-da-camada-de-ozonio/grupos-consultivos/grupo-de-trabalho-gthcfc/membros-gt-hcfc

Por Susana Ferraz (Sete Estrelas Comunicação / GIZ)