Aulas do curso de Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado começam em agosto no Maranhão

A Netcom Treinamentos e Soluções Tecnológicas é uma das escolas parceiras do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH) para ministrar o curso de “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split” nas cidades de São Luís e Imperatriz, no Maranhão, a partir desde mês de agosto.

Segundo Carlos Cesar Bezerra de Carvalho, diretor da NetCom, já estão programadas 38 turmas. As aulas do curso, que é gratuito, acontecerão de 20 de agosto de 2018 até 30 de maio de 2019, sendo ministradas cada semana de segunda-feira a quinta-feira das 8 horas às 17 horas. “Nossa expectativa é grande em relação à procura dos alunos por esse novo curso, até porque existe muita carência de conhecimento e qualificação dos profissionais que hoje atuam no nosso mercado”, afirma Carvalho.

O diretor explica que a NetCom já possuía um laboratório de ponta na área de refrigeração e ar condicionado antes de realizar a parceria com o PBH, para realizar esse curso, mas agora com as doações de equipamentos e tecnologias modernas pelo programa, esse laboratório está melhor ainda. “Com a doação de equipamentos com tecnologia de ponta, nosso laboratório ficou de ´primeiro mundo´”, afirma. “Isso motivará ainda mais os técnicos para realizarem suas inscrições nesse novo curso”, complementa. 

O PBH é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e, no caso do setor de serviços, projetos como o desse curso são implementados pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, sempre com apoio de escolas técnicas parceiras, como a Netcom.

Na Etapa 2 do PBH serão capacitados, nas cinco regiões do Brasil, um total de 9.238 técnicos. Somente no estado do Maranhão serão 600 técnicos capacitados. Além dos cursos de boas práticas para contenção dos vazamentos em sistemas de refrigeração e ar condicionado, nesta segunda etapa serão ministrados, também, cursos para uso seguro e eficiente de fluidos alternativos de baixo GWP.

Mais informações:

NetCom Treinamentos e Soluções Tecnológicas
Tel: (98) 4009-7000                                                                                                     

E-mail: netcom@netcom-ma.com.br 

Jossineide, primeira instrutora mulher a ministrar o curso “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split”

Jossineide Oliveira e Silva, 39 anos, educadora, consultora e empreendedora, é uma das mulheres pioneiras na área de refrigeração no Brasil, uma área em que ainda predomina a mão de obra masculina. Ela é também a primeira instrutora mulher, atuante na área de refrigeração e climatização no Brasil, que participa como instrutora, em Porto Velho, Rondônia, do curso “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split”, realizado no âmbito da Etapa 2 do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente e implementado pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).

Na entrevista abaixo, Jossineide, casada e com três filhos, fala da importância desse curso e também dos desafios que ultrapassou para chegar a uma carreira de sucesso ao comemorar 25 anos na Refrigeração e Climatização.  

Como foi a experiência de participar do “Treinamento dos Treinadores” em Manaus?

Nós, como professores, com nossa experiência no Norte, temos muito que alinhar em termos de conhecimento com o Sul e Sudeste do País, especialmente em nível tecnológico. Nessa hora do treinamento, o professor chega e calça a sandália da humildade ao se tornar de novo aluno. Nosso desafio é aprender sempre e assim poder auxiliar ainda mais o aprendizado dos nossos alunos para que eles estejam no mesmo nível do restante do Brasil. O PBH, por meio do MMA e da GIZ, nos proporcionou, além desse treinamento que agregou muitos conhecimentos, equipamentos mais modernos que nos ajudarão muito nesta tarefa. Pode ser simples ou pouco para outras escolas, mas para a nossa, essa parceria trouxe muita inovação.

Além de professora, você é empreendedora. Como você vê a aplicação do conhecimento desse curso na prática?

Durante o dia, tenho coparticipação em uma empresa de refrigeração (sócia). À noite e em algumas tardes, trabalho como professora no Senai de Porto Velho. Também consigo trabalhar pontualmente as necessidades de empresas, como consultora para curso (in company). Esse curso me ajudou como professora e dona de empresa. Pensando como empresa, esse curso de Boas Práticas nos proporciona boas oportunidades. Não digo que nos trará um aumento de receitas, mas uma economia considerável nos processos e nos serviços. A questão da consciência ambiental proporciona economia nos processos, por nos mostrar a importância de reaproveitar o fluido. Vou trabalhar com meus colaboradores para que realizem melhoras nos serviços para não terem de retornar aos clientes (para retrabalho). Gastar dois minutos a mais na brasagem, por exemplo, é reduzir o número de retorno nos serviços. Assim economizamos recursos, atendemos melhor e cuidamos do meio ambiente.  

Hoje, na minha empresa, eu já recolho os fluidos e reaplico os mesmos, porque trabalhamos com sistema de refrigeração industrial, que utilizam grandes volumes. Mas, mesmo realizando o reaproveitamento, antes nós não tínhamos alguns cuidados que aprendemos agora com esse novo curso, como, por exemplo, usar o filtro antes do gás chegar no cilindro. São cuidados muito importantes, que agora iremos praticar.

Agora, também, com a aquisição do kit de reciclagem, nossa proposta é tratar do fluido que retiramos de sistemas menores. Aqui, na nossa região, ainda não temos uma empresa especializada em reciclar o fluido refrigerante. Com esse kit vamos conseguir reciclar um volume pequeno, mas já é um começo.

Como é o mercado de refrigeração e climatização em Rondônia, especialmente em relação à adoção das boas práticas ambientais como propostas nesse curso?

Todas as vezes que a gente fala da necessidade de proteção do meio ambiente, os executivos das empresas geralmente não demonstram consciência ambiental. Mas quando falamos de uma vantagem financeira, de um ganho financeiro, de maior eficiência energética, eles mudam. Infelizmente, é assim. Nosso mercado aqui em Rondônia é muito promissor. Não só a parte de refrigeração tem uma grande demanda, mas também a parte de conforto térmico, de climatização. É muito importante o conforto térmico aqui, por causa das grandes temperaturas e da alta umidade. Aqui, ou chove ou faz sol. Eu nasci aqui em Rondônia, mas 70% da população daqui veio de fora. Então, as pessoas conhecem o conforto térmico e por isso procuram comprar sistemas de ar condicionado.

Como esse mercado é muito promissor, tem muito técnicos trabalhando, mas falta educação profissional. Esse curso é uma oportunidade para os técnicos obterem essa educação. Com esse curso do PBH, esse técnico, que aprendeu fazendo e que ainda é recente de formação, tem muito a aprender e, assim, ele poderá trabalhar de maneira correta e economicamente viável. A nossa primeira turma começa em outubro. Temos expectativa de formar 350 alunos até outubro de 2019 e acredito que vamos conseguir ultrapassar essa meta.

Como você iniciou nessa área? 

Aqui em Rondônia, quando terminei meu curso de aprendizagem, era natural em seguida cursar uma escola profissionalizante. Na época, era normal mandar os filhos para essas escolas, para eles se inserirem no mercado de trabalho rapidamente. Quando fui procurar me inscrever, não tinha mais vaga no curso de corte e costura, tradicionalmente indicado para mulheres. Então, eu escolhi o curso de Mecânica em RAC. Com 14 anos, eu entrei. Na época não tinha um critério ser homem ou mulher para poder se inscrever. Hoje eu penso que ainda bem que não teve objeção da minha matrícula (risos). Mas, quando cheguei, eu era a única mulher. Foi difícil. A forma de ensinar muito lógica, com poucos diálogos, poucas explicações de processos. As piadas machistas, que todos riam, sem dar conta da minha presença. A falta de confiança dos professores e dos colegas…

Como você ultrapassou esse grande desafio?

Eu tive que me empenhar muito para realizar esse curso, e, para tanto, eu resolvi estudar em dobro, dentro e fora do horário de aula. Assim, eu procurei trabalho em empresas, em caráter voluntário (estágio não remunerado) para poder praticar os serviços de mecânica em RAC.

Tanto me esforcei, que o meu professor à época me escolheu para participar do Torneio de Formação Profissional no ano 1996, em Brasília, uma competição nacional, de alto nível tecnológico e emocional, entre técnicos de Refrigeração e Climatização de todas as escolas técnicas do país (muito prestigiada até hoje). Era um grande desafio, mas enfrentei! Eu competi com alunos (homens) de grandes metrópoles do Brasil, conquistando o 3º lugar no Pódio, à frente de escolas de São Paulo, o estado mais desenvolvido do País, e de outros estados. Hoje, essa competição tem o nome de “Olímpiada do Conhecimento”.

Fiquei muito grata e feliz pelo resultado, pois minha formação profissional tinha se dado em meio à Amazônia, no estado de Rondônia, onde a tecnologia costuma chegar em tempo defasado em relação às cidades do Sul e Sudeste do país.

A partir dessa conquista, você já começou a atuar como instrutora?

Depois da competição, fui contratada pelo Senai como artífice, um assistente do instrutor.  Mas na época, eu tinha de assumir as aulas, quando o professor viajava. Eu fazia o trabalho dele e eles não me reconheciam como professora. Ainda não tinha nem 18 anos. Foi quando um professor me aconselhou a fazer um curso técnico em Refrigeração e Climatização, que eu realizei em Minas Gerais. Quando concluí, voltei para cá e fui contratada como instrutora, só que com um terço do valor dos outros instrutores homens. Como eu reclamava das injustiças, fui mandada embora. Foi por isso que resolvi cursar a faculdade de Serviço Social, para buscar entender essas injustiças. Eu tinha vontade de fazer engenharia mecânica, mas estava tão indignada com a situação, que achei melhor entender as injustiças. Eu penso que toda pessoa tem condição de ter acesso ao mercado de trabalho, desde que tenha uma oportunidade de superar a sua limitação.  

Nessa mesma época você já começou a trabalhar com sistemas industriais, certo?

Sim. Logo que saí do Senai, em 2011, fui convidada para atuar na área de assistência técnica de uma renomada empresa de RAC na minha cidade, a Polo Frio Comércio e Serviço. Era um serviço duro, mas eu fui. Lá eu mostrei que eu conseguia fazer. Fui logo promovida e tive a incumbência de padronizar e gerenciar todos os serviços prestados pela empresa, para que todos os serviços fossem de qualidade e eficiência, liderando uma equipe de 20 pessoas. Nesta empresa, atuei por quatro anos, que me trouxeram muitas experiências positivas para minha vida profissional.  

A partir daí, decidi trabalhar com sistemas de climatização industrial, que exigem mais dedicação e conhecimento.  Comecei a ser convidada para consultorias por várias empresas que buscavam oferecer serviços de qualidade a seus clientes, em todo Brasil, realizando inclusive treinamentos “in company” das suas equipes técnicas. Paralelamente, firmei parceria com um colega de profissão, o João Fecchio, pela qual compatibilizamos alguns sonhos e projetos para trabalhar com sistemas de climatização industrial VRF e Chiller. Assim, me tornei empresária, sócia da Vento Sul Soluções Térmicas Ltda. Hoje, 50% dos sistemas VRF instalados no estado de Rondônia são realizados por nossa empresa.

Como foi sua volta ao sistema Senai?

Foi muito boa. Em 2016, ainda atuando com minha empresa, voltei também a trabalhar no sistema SENAI, onde reestruturei os cursos de Mecânica RAC dentro da instituição no estado de Rondônia, a partir de uma pesquisa de mercado que mostrava evidências de que o setor precisa de profissionais RAC educados e qualificados no estado (esses cursos tinham sido suspensos por cinco anos). Também articulei a participação do SENAI Porto Velho no Edital do PBH/GIZ para o curso de Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split, que agora vamos ministrar.

Mesmo com esse sucesso, você ainda enfrenta o preconceito por ser mulher em uma área em que predominam trabalhadores homens?

Até hoje eu sinto o preconceito. Quando vou dar um curso, os alunos ainda me julgam (será que ela sabe mesmo?). Eles sentem insegurança. Isto acontece até o segundo ou terceiro dia; daí, eles já começam a agir como alunos normais e mudam de comportamento. É um obstáculo a ser vencido, sempre. Com a minha história, espero encorajar a qualquer pessoa que tenha interesse nesta profissão a vencer limitações, sejam elas geográficas, intelectuais, físicas, de raça, de nível social, entre outros. Muitas foram as vezes que pensei em desistir… e cuidar apenas da minha família, como aprendi que “era minha obrigação” na cultura de família tradicional em que cresci. 

Quando olho para o início de tudo, 25 anos atrás, vejo como foi importante ter insistido. Como foi bom ter me dedicado a vencer todos os obstáculos na minha vida profissional, até mesmo assédio moral e sexual.  Infelizmente, ainda vivemos em sociedades preconceituosas, nas quais as pessoas julgam pela aparência. Mas podemos mudar essa cultura. Hoje eu tenho duas alunas, em turmas diferentes e fico torcendo para elas ficarem na área. Dou muita força para elas. É importante ter mais mulheres participando desse mercado, para que ele possa evoluir mais. Todos ganham com esse equilíbrio.

Hoje, quando entro em sala de aula para ministrar cursos sobre Sistemas RAC não vejo somente pessoas, homens e mulheres, querendo aprender, eu vejo profissionais capazes de mudar o mundo, agregando nas suas vidas valores como: superação, determinação e conscientização da responsabilidade social e ambiental. Essa é a minha missão. Esse é o meu trabalho.

Técnicos em refrigeração: Nunca parem de estudar!

Frank Edney Gontijo Amorim, engenheiro eletricista e analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente*, fala a seguir sobre a importância da atualização dos conhecimentos teóricos e práticos pelos técnicos de refrigeração e do curso de “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split”*, especialmente para aqueles que quiserem se manter ativos no mercado, com aumento de renda.

Confira:

Eliminação do R-22 e capacitação

“Hoje, o mercado começou a entender que a eliminação dos HCFCs é uma realidade.  O fluido frigorífico R-22 começa a ficar mais caro e os técnicos começam a perceber que precisam mudar a forma de trabalhar e que precisam buscar capacitação para o aprimoramento do trabalho.

A capacitação é muito importante para que os técnicos dominem todas as técnicas e procedimentos para se evitar vazamentos. Nós sabemos que os benefícios diretos são o melhor funcionamento dos equipamentos refrigerados, a redução dos custos de operação e manutenção e a preservação ambiental, tanto da Camada de Ozônio quanto do sistema climático global. Mas também é preciso entender que isso reduz os custos dos técnicos, das empresas prestadoras de serviços e dos clientes (empresas ou residências), uma vez que o trabalho realizado da forma correta reduz as inda e vindas para consertos e reparos.

O técnico precisa olhar a capacitação por cursos técnicos com bons olhos, porque um técnico que faz um trabalho bem feito tem retorno financeiro. A confiança que ele ganha do cliente (consumidor ou empresa) é excepcional. Sem falar na propaganda de boca a boca, pois quando a gente acredita em um profissional, nós recomendamos seus serviços.

Atualmente estão disponíveis gratuitamente os cursos da Etapa 2 do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs – PBH (programa coordenado pelo Ministério e implementado pela GIZ), nas cinco regiões do Brasil, por meio de boas parcerias com escolas técnicas renomadas (Escolas Senai, Institutos federais e outras). Essas escolas dispõem de instrutores bem capacitados, com vivência no setor e boa formação, e, portanto, capazes de replicar com qualidade os cursos oferecidos pelo Programa.“

Programa PBH e formato dos cursos

“Os treinamentos foram desenhados da seguinte forma: treina-se primeiramente uma equipe de professores-instrutores e esses multiplicam os conhecimentos adquiridos, bem como a metodologia aplicada, pelo Brasil. A metodologia desenvolvida contempla a utilização de uma série de materiais: apresentações, apostilas de treinamento**, etc., que alia conhecimento teórico e prático (15% das aulas são teóricas e 85% práticas), porque entendemos a necessidade de enfatizar na área de refrigeração a metodologia do “aprender fazendo”.

É um programa único e que faz diferença para as pessoas, empresas e setores envolvidos, porque nele é realizado um trabalho contínuo de multiplicação de conhecimento, que impacta todo o modo de fazer e a cultura do mercado de refrigeração no País.“

Novos fluidos: desafios

“Nós vemos que os desafios futuros na área da refrigeração são enormes. Os técnicos terão de se qualificar melhor para a utilização das novas substâncias que devem chegar ao mercado com a eliminação do HCFC-22.

Eles precisam se preparar, atualizar os conhecimentos, principalmente para a aplicação dos procedimentos de boas práticas para operar com os outros tipos de fluídos frigoríficos.

As novas substâncias (de fluidos frigoríficos) exigem melhor capacitação e responsabilidade em relação à segurança e, especialmente, respeito ao consumidor, para a realização de serviços técnicos de qualidade. Elas têm propriedades químicas totalmente diferentes do R-22. Algumas são inflamáveis, outras tóxicas, então a responsabilidade sobre vazamentos é muito maior. Assim, tudo o que o curso de Boas Práticas do PBH ensina sobre evitar vazamentos poderá ser aplicado com essas novas substâncias. Esses conhecimentos básicos precisam ser assimilados pelos técnicos.” 

Empresas têm grande responsabilidade

“É um desafio bastante grande tanto para os técnicos quanto para as empresas, especialmente das prestadoras de serviços. Essas empresas têm responsabilidade e precisam investir nos seus técnicos, apoiando-os com capacitação e treinamento adequado, seja com capacitações nas instalações da própria empresa, seja por meio de cursos técnicos em alguma instituição qualificada.

O desafio será evitar riscos maiores. Quando a gente fala de R-22, o risco é baixo. Mas quando falamos de fluídos alternativos, os riscos associados podem ser maiores. À medida que vai se eliminando o R-22 a responsabilidade de técnicos e empresas crescem.

Quem realizar um serviço de refrigeração e/ou climatização precisará realmente ter conhecimento do que está fazendo, e precisará, também, se responsabilizar pelo trabalho realizado e resultados. A mensagem fundamental para os técnicos é: Nunca parem de estudar!

A gente nunca é dono do conhecimento. A gente nunca tem o conhecimento pleno de nada. Estamos sempre aprendendo. O conhecimento não é pontual, não. A gente precisa aprender técnicas, conhecer o mercado, buscar inovações, saber o que está acontecendo.”

Eficiência e retorno monetário

“A responsabilidade do técnico de refrigeração e climatização hoje vai muito além da instalação ou manutenção de um equipamento, a responsabilidade também é ambiental, para não ter vazamento.

Há também a responsabilidade sobre a eficiência energética, pois um equipamento mal instalado consume mais energia. É preciso saber especificar a carga correta de fluido para o sistema. São inúmeras habilidades que o técnico precisa adquirir, por isso é preciso que esse profissional seja reconhecido e remunerado adequadamente pelo mercado. E isso só irá acontecer quando o técnico provar para as pessoas e clientes que ele é um profissional qualificado. Assim o retorno monetário e o reconhecimento pelo trabalho de qualidade acontecem.”

*Frank, 42 anos, é analista ambiental da Coordenação-Geral de Proteção da Camada de Ozônio, da Secretaria de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente. O engenheiro, especialista na área, atua na equipe responsável pela coordenação do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), que inclui a implementação do curso “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split”. 

** As apostilas estão disponíveis para download. Acesse:  www.boaspraticasrefrigeração.com.br

Primeira turma do curso de Boas Práticas em Sistemas de Ar condicionado é formada pelo Senai Taguatinga

As aulas da primeira turma de técnicos de refrigeração do curso de “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split” no Senai Taguatinga, em Brasília-DF, aconteceram entre os dias 27 de agosto a 5 de setembro e mais turmas estão programadas para os próximos meses. Segundo a diretora do Senai, Janaína Braga D´Almeida, a expectativa é grande. “Esse curso traz muitas expertizes e tecnologias novas para nossa área de refrigeração. Esperamos que ele seja apenas o começo de uma longa parceria de sucesso. É um projeto muito bom e também muito bem divulgado, assim temos mais visibilidade e podemos alcançar muito mais alunos”, afirma.

Com 25 anos na área de ar condicionado e 22 anos como instrutor do Senai-DF, Joaquim Venâncio Lourenço Ribeiro, pedagogo, técnico em edificações e especialista no setor, 52 anos, vê nesse curso a oportunidade para os técnicos ampliarem ainda mais seus conhecimentos. “Para nós instrutores, que vamos multiplicar esses conhecimentos para os alunos, foi essencial entender melhor as novas técnicas apresentadas nesse novo curso e saber também manipular os novos equipamentos e ferramentas disponibilizados, as novas tecnologias. É um curso espetacular”, afirma.

Para Ribeiro, o técnico da área de refrigeração e climatização hoje tem de pensar que deixando os fluidos frigoríficos vazarem ele prejudica o meio ambiente e a si próprio. “Hoje o técnico deve ter uma preocupação muito grande com o meio ambiente, assim como deve ser grande a preocupação com o desperdício de dinheiro que há quando se dispersa fluidos frigoríficos caros durante a instalação e manutenção dos sistemas de ar condicionado. Nesse curso nós podemos mostrar muito bem que hoje, além dele prejudicar o meio ambiente quando libera os fluidos, ele tem um gasto muito maior com isso; e é muito fácil evitar essas consequências, basta conhecer e aplicar as técnicas e as boas práticas”, afirma.  

As inscrições para as próximas turmas do Senai-DF estão abertas. “Além de divulgar o curso por meio de nossos grupos de instrutores e técnicos por meio do WhatsApp, nós já estamos comentando essas novidades em salas de aulas de outros cursos do Senai. Assim, muitos técnicos já estão fazendo suas matrículas. Além disso, também vamos divulgar para as empresas prestadoras de serviços da área que atuam na região do DF, para que elas incentivem seus técnicos a cursarem esse curso”, explica.   

Técnicos elogiam curso

Os técnicos da primeira turma do Senai-DF ficaram surpresos com a quantidade e qualidade dos conhecimentos disponibilizados pelo instrutor Gabriel Souza Cardoso (foto com os alunos), durante o curso, mesmo sendo eles profissionais com bons anos de experiências na área.

Ageu Pereira da Costa, 62 anos, com mais de três anos de experiência em instalação e manutenção de ar condicionado (mas há anos atuando com outros tipos de maquinário pesado), afirma que o curso ajudará muito a elevar a qualidade dos seus serviços e, com isso, economizará tempo e dinheiro e ainda irá atuar de forma correta, preservando o meio ambiente.

“Hoje quem não recicla, não aprende, não chega a lugar nenhum. Esse já é o quinto curso que faço aqui no Senai. Se você não souber as técnicas corretas, você fica atrasado no tempo e ainda demora mais nos trabalhos. Com técnicas novas, como as de brasagem e reciclagem de fluidos que aprendi nesse curso, as chances aumentam de executar um bom serviço e em menos tempo. Você não fica parado imaginando: ´e agora vou fazer isso ou aquilo´. Você tem convicção daquilo que vai fazer. Na medida em que eu faço um bom trabalho, sou chamado novamente, e amplio meus ganhos”, explica Ageu Costa.

Outro técnico, aluno dessa primeira turma, Washington Silva Dias, 41 anos, sempre trabalhou para empresas na instalação e manutenção de sistemas de ar condicionado, e hoje, depois de recentemente ficar desempregado, está atuando como autônomo até conseguir uma nova colocação. Para ele esse curso trouxe a possibilidade de melhorar seus conhecimentos e assim voltar a se recolocar no mercado.  “Eu já deixei de arrumar emprego porque não tinha curso”, afirma. “Agora vou conseguir!”

Dias conta que esse foi o primeiro curso da sua vida. “Não vou mentir. Essa é a primeira vez na minha vida que estou fazendo um curso. Mas gostei tanto que já estou querendo fazer outros aqui no Senai”, revela, explicando como o curso é importante para ampliar a conscientização dos técnicos sobre os danos que os fluidos frigoríficos podem causar ao meio ambiente.

 “Esse curso ajudou na minha conscientização sobre os problemas de soltar os ´gases´ no meio ambiente. Eu já tinha alguma consciência disso, mas não totalmente. Nesse curso eu aprendi os meios como evitar esses vazamentos, que eu não sabia. O curso é muito bom. Para mim (apesar da experiência) pareceu tudo novo, ferramentas novas, técnicas novas, e esse aprendizado eu vou levar comigo, para a minha vida”, afirma Dias.

Paulo Cesar Souza Martins Cardoso, 49 anos, que atua há dez anos com instalação e manutenção de ar condicionado, é outro técnico que veio fazer o curso no Senai Taguatinga. Ele já realizou mais de dez cursos pelo Senai e tem duas faculdades (engenharia mecânica e pedagogia), mas, mesmo assim, afirma que assimilou vários conhecimentos novos nas aulas. “O curso acrescentou muito. Eu já usava recolhedora, mas não da forma correta como é mostrada no curso. Eu tinha até vendido a minha e recolhia o gás em um kit de saco. Eu recolhia o gás e levava para uma loja de um amigo, que tinha recicladora, e ele reciclava para mim, porque o gás é caro… Mas a maioria dos meus colegas, soltam o gás na própria casa do cliente. Agora, depois desse curso, vou comprar novamente uma recolhedora, porque sei que vale a pena. O cliente, principalmente firmas/empresas, com vários aparelhos de ar condicionado, nota quem tem o equipamento certo, quem trabalha direito. Eu quero me aprimorar”, afirma.

Cursos de Norte a Sul

O curso de “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split”, que é gratuito, faz parte da Etapa 2 do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), que começou a ser implementada no final do ano passado, e seguirá até 2020, sendo ministrado em escolas técnicas parceiras em todas as cinco regiões do País.  

O PBH é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), e os projetos para o setor de serviços, como esse curso, são implementados pela agência bilateral parceira do PBH, a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

Para mais informações sobre o curso no Senai-Taguatinga, entre em contato com a Sra. Luciana Coelho, pelo tel.: (61) 3353-8710

Eliminação dos HCFCs: Treinamento dos Treinadores no curso de Boas Práticas em Refrigeração Comercial acontece com sucesso em Natal

Instrutores das unidades SENAI dos estados do Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e Rio Grande do Norte participaram do Treinamento dos Treinadores para ministrar o novo curso de “Boas Práticas em Sistemas de Refrigeração Comercial”. O treinamento aconteceu com sucesso entre os dias 11 e 14 de setembro, no Centro de Tecnologias do Gás & Energias Renováveis, o CTGAS-ER, uma das sete unidades que compõem o SENAI-RN, localizado na capital do Rio Grande do Norte, Natal.

O diretor regional, Emerson da Cunha Batista, responsável por todas as unidades SENAI no Rio Grande do Norte, afirma que a parceria com o   Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH) para realizar esse curso é muito importante. “Essa inovação trazida por esse curso é muito bem-vinda em um momento em que as preocupações com o meio ambiente são constantes no nosso dia a dia, como acompanhamos na imprensa e nos órgãos ambientais em nível mundial. Assim, conseguir trazer esses conhecimentos, com essas novas tecnologias para um estado como o nosso, o Rio Grande do Norte, e poder ser um difusor desses novos conhecimentos é uma grande satisfação, ainda mais recebendo professores de outros estados”, afirma.

Cândida Amália Aragão de Lima, diretora do CTGAS-ER, expressa a mesma satisfação. Funcionária de carreira do Senai-RN há 22 anos, ela afirma que logo que conheceu o edital sobre esse projeto viu que não tinha como o SENAI-RN não participar. “Nós somos a unidade do Senai Brasil que tem uma atuação referenciada em refrigeração e climatização, uma área em que atuamos muito bem, e, portanto, não tinha como não abraçar esse desafio, que está muito alinhado com a nossa missão, que é ofertar educação profissional e tecnologia e inovação, mas também com uma preocupação muito forte com as questões ambientais. Portanto, a parceria com o Ministério do Meio Ambiente e a GIZ nesse projeto é muito importante para nós. Nossa equipe de instrutores e funcionários está bastante empolgada e mobilizada para realizar esses cursos da melhor forma aqui em Natal e em Mossoró, e também faremos parte dos cursos em parceria com a unidade de Pernambuco”, afirma.

A diretora explica que elaborou um plano de divulgação para a mobilização de alunos (técnicos com no mínimo três anos de experiência), articulando o apoio com o sindicato dos refrigeristas e de entidades setoriais e empresas privadas, que vendem e usam componentes da área, como supermercados, por exemplo. “Nosso objetivo é preparar os alunos para que trabalhem com a refrigeração preocupados com as questões ambientais. Esse é nosso maior propósito”, afirma Cândida Lima.

Parceria Senai é fundamental

Durante esse treinamento, Frank Edney Gontijo Amorim, engenheiro e  analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente, que veio especialmente ao Rio Grande do Norte para realizar a abertura desse curso,  afirma que a parceria com o sistema Senai, e, em especial, com o Senai-RN, é fundamental para que o objetivo do programa, que é conter os vazamentos de HCFCs se realize. “Os desafios futuros na área da refrigeração no Brasil são enormes. Os técnicos precisam se qualificar melhor não só para utilizar os HCFCs, como proposto neste curso, mas também para a utilização das novas substâncias que estão chegando no mercado”, afirma.

Ao final do Treinamento dos Treinadores, Stefanie von Heinemann, gerente do projeto pela GIZ, agradeceu muito por todo o apoio recebido pelo Senai-RN e também pela grande participação dos instrutores das demais unidades Senai (Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rondônia), que foi fundamental para o sucesso de mais esse treinamento. “O grande apoio da direção do CTGAS-ER e a excelente participação dos instrutores fizeram o sucesso desse treinamento, que com certeza terá muitos frutos, com muitos técnicos capacitados em todos esses estados. Esse é o nosso grande objetivo”, afirma.

O programa PBH é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e conta com a implementação dos projetos no setor de Serviços (como esse curso) pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, agência bilateral parceira do PBH.

Essa edição do Treinamento dos Treinadores, implementada pela equipe da GIZ (Stefanie von Heinemann e o mestre-instrutor, Eduardo Gusmão), é a sétima realizada durante a Etapa 2 do PBH (2017 a 2023), na qual serão capacitados um total de 9.238 técnicos em cursos de boas práticas para contenção de vazamentos em sistemas de ar condicionado e refrigeração comercial. Todos os cursos, que contam com novas tecnologias e equipamentos, são totalmente gratuitos.

Para mais informações sobre o curso de boas práticas na área de Refrigeração Comercial:

Rio de Janeiro: Senai-RJ, Sra. Martha Matilde Fernandes Boulte de Souza Renha Weiss Senise, Tel: (21) 2587-4800

Rio Grande do Norte/Pernambuco: CTGAS-ER, Sra. Janaína de Fontes Guedes Lima, Tel: (84) 3204-8000

Rondônia: Senai-RO, Sra. Juliane Loubach Sordino, Tel: (69) 3217-9835

Paraná: Escola Senai Toledo, Prof. Nelson Chetevik de Oliveira, Tel: (45) 3379-6169

SENAI Porto Alegre inicia cursos de boas práticas em sistemas de ar condicionado com turmas lotadas

O Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, Visconde de Mauá, localizado em Porto Alegre (RS), iniciou as aulas do novo curso de “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split” no início de setembro e já está com cinco turmas fechadas (16 técnicos por turma). Restam poucas vagas abertas para a última turma programada para este ano (a finalização da última turma ocorrerá no dia 15 de dezembro). “Começamos muito bem as turmas, todas lotadas de alunos, e nossa expectativa é continuar assim por todo o ano de 2019”, afirma Felipe Andreolla, supervisor de Educação e Tecnologia do Senai Visconde de Mauá.

Segundo Andreolla, o sucesso na lotação das turmas se deu pela boa divulgação do novo curso. “Como para nós do Senai esse curso é muito importante para a qualificação dos alunos, nós tomamos diversas iniciativas para divulgá-lo”, conta. “Nós fizemos, por exemplo, anúncios pagos na edição da Revista da Asbrav (Edição da Mercofrio 2018) e no jornal Diário Gaúcho. Além disso, também estamos realizando parcerias com fornecedores da área que nos ajudam a divulgar aos técnicos. A Dufrio, por exemplo, além de divulgar o curso está fazendo uma promoção em que o aluno que se inscreve ganha 5% de desconto em uma recolhedora de fluidos refrigerantes. Outra iniciativa, além da divulgação via nossos grupos de WhatsApp, foi enviar um e-mail-marketing falando sobre a abertura das inscrições para 14 mil nomes do nosso mailing de alunos e ex-alunos. E as iniciativas não param por aí, temos mais parcerias com fornecedores e entidades ligadas à área de refrigeração e climatização para serem fechadas em breve”, explica o supervisor.

Instrutores experientes

Foram capacitados seis instrutores do Senai Visconde de Mauá, profissionais com grande experiência na área, para ministrar esse novo curso, entre eles o instrutor dessas primeiras turmas, Handerson França Leão, natural de Goiânia, Goiás, que já havia participado como professor do curso para refrigeração comercial (1ª. Etapa do PBH) na sua cidade natal. “O projeto é belíssimo. Gostei muito de atuar na primeira fase e minha expectativa, agora de casa nova (o Senai Visconde de Mauá), é grande nesta segunda etapa. Quando a gente faz o que a gente gosta é ótimo:  o contato com o aluno, o aprendizado, a troca de ideias, de conhecimentos.  É tudo muito bom. O curso é ótimo para o aprimoramento dos técnicos, que tiram grande proveito de todo material (apostilas, equipamentos, novas tecnologias) apresentado”, afirma. “Mesmo para aqueles que atuam há bastante tempo no mercado e já realizaram outros cursos, esse novo curso é a possibilidade de aprender ainda mais e todos gostam muito”, complementa.

Outro instrutor já bastante familiarizado com o projeto, Jeferson Munhoz dos Santos Nobre, afirma que o curso chama bastante a atenção dos alunos. “Na primeira etapa do curso de refrigeração comercial que demos, a demanda de alunos foi bem grande, por ser gratuito, e pela necessidade dos alunos de se reciclarem, de se atualizarem. Acredito que a demanda desse novo curso poderá ser maior ainda, porque há ainda mais técnicos atuando nessa área de sistemas de ar condicionado.  Além disso, nossa unidade Senai é um polo de refrigeração, uma referência que atrai técnicos de todo o estado. A Fiergs está investindo muito, em mais espaço para a área de refrigeração, que está crescendo bastante no estado”, explica.

O curso de “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split” faz parte da Etapa 2 do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH). As aulas começaram a ser realizadas no final do ano passado e seguirão ministradas por diversas escolas técnicas, distribuídas pelas cinco regiões geográficas do Brasil, até 2021.

O PBH é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), e os projetos para o setor de serviços, como esse curso, são implementados pela agência bilateral parceira do PBH, a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

Para mais informações sobre o curso na Escola SENAI Visconde de Mauá, em Porto Alegre (RS) contate:

Sr. Felipe Andreolla

E-mail: felipe.andreolla@senairs.org.br

Fone: 51 3904 2616 Celular: 51 99159 4633 ou 51 98462 8656 (WhatsApp)

www.senairs.org.br

Acompanhe os depoimentos dos instrutores do Senai-RS pelo Facebook. Acesse:

https://www.facebook.com/camadadeozonioerefrigeracaoeclima/

Campeões da Proteção do Meio Ambiente: Instrutores, campeões da refrigeração, ministram o curso de Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do tipo Janela e Mini-Split no Senai-DF

As escolas técnicas têm tradição em promover competições técnicas no país e no exterior.  A Olimpíada do Conhecimento*, organizada pelo sistema SENAI, é o maior evento nacional no quesito refrigeração, e dela saem campeões que vão disputar torneios internacionais como o WorldSkill, organizado pela WorldSkills International.

Há vários exemplos de campeões pelo país como Willian Ramon Grassioti de Sousa (foto), atualmente com 27 anos, que aos 16 anos entrou no SENAI Taguatinga (DF) para fazer um curso de qualificação em refrigeração, inspirado pelo pai que atuava na área, e mudou sua vida. Depois de ser campeão estadual e nacional, ele foi Campeão Mundial da Refrigeração, na WorldSkills Londres 2011, onde disputou com profissionais de dezesseis países. Essa vitória lhe valeu entre outras coisas uma bolsa para a faculdade de engenharia, oferecida pelo SENAI, e, posteriormente, o convite para ser instrutor.

Willian Grassioti, como é conhecido, hoje, engenheiro formado, é um dos instrutores do novo curso de Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do tipo Janela e Mini-split no Senai-DF, que é totalmente gratuito e acessível aos técnicos com mais de três anos de atuação no mercado de trabalho. “Ao meu ver o curso do PBH traz muito crescimento e evolução para a nossa área. É muito bom poder disseminar essas informações tão importantes para diversos técnicos”, afirma.

O instrutor campeão mundial é exemplo para os colegas de profissão e por isso se empenha em passar todos os conhecimentos que aprende.  “Hoje, eu, como disseminador de conhecimento, entendo que é necessário reciclar todos os técnicos que estão no mercado de trabalho no Brasil. Muitos deles têm muita experiência, dez a vinte anos de atuação, mas eles precisam aprender as boas práticas para evitar os vazamentos de fluidos refrigerantes, que agridem o meio ambiente. Além disso, eles precisam ficar aptos para lidar com esses novos fluidos que estão entrando no mercado brasileiro. Isso é urgente!” Por isso, Willian Grassioti ressalta a importância desse curso de Boas Práticas do PBH para ampliar o conhecimento dos profissionais da área. “Essas novas tecnologias, internacionais, trazidas por esse novo curso representam avanços para a nossa área, assim nossas escolas podem preparar melhor os profissionais”, afirma.

Fábrica de campeões

O veterano instrutor Joaquim Venâncio Lourenço Ribeiro, 52 anos, com 35 anos de trabalho na área e 22 no SENAI Taguatinga, fala com satisfação da ênfase dada pela instituição ao bom treinamento dos seus alunos, que acabam chegando a instrutores ou a empresários do setor. “Nossa área de refrigeração aqui no Senai Taguatinga é pequena em relação a outras do País, como São Paulo e Rio Grande do Sul, mas hoje já somos uma referência. Daqui saiu um campeão mundial de refrigeração, o William, em 2010. Temos outro garoto, o professor Gabriel, que também está ministrando o curso do PBH agora, que foi campeão das Américas, em Bogotá, em 2013. Lá ele disputou com todos os campeões das Américas do Sul, Central e do Norte. E temos também o jovem Wisley, que foi campeão nacional em 2016, em Pernambuco e, depois, disputou o mundial em Abu Dhabi, em 2017, ficando em quarto lugar na disputa que envolveu 25 países”, conta orgulhoso dos seus alunos, agora colegas instrutores.

Gabriel Souza Cardoso, 25 anos, campeão das Américas 2013, foi o instrutor escolhido para ministrar as aulas das primeiras turmas do curso de Boas Práticas do PBH no Senai Taguatinga. Ele também elogia bastante o novo curso e fala da importância da ênfase na proteção do meio ambiente. “O curso do PBH mudou bastante a minha visão sobre o uso de alguns equipamentos e a forma de realizar técnicas. Mesmo com todo o treinamento que tive para as Olimpíadas, com mais de 2 mil horas de treinamento, e com a experiência que tive no mercado, o curso me acrescentou muito para aperfeiçoar ainda mais as boas práticas, para evitar os vazamentos de fluidos refrigerantes no meio ambiente.  É o que eu falo para os meus alunos: a gente está sempre aprendendo”, afirma.

A história do mais novo instrutor do Senai Taguatinga, Wisley Silva Pereira, 22 anos é um bom exemplo de como a aprendizagem, em boas escolas como o Senai, pode mudar vidas. Ele saiu de Serra Dourada em 2015 para ir morar com o irmão e trabalhar numa pequena empresa na área de instalação e manutenção de ar condicionado do tio, para, como ele mesmo diz “procurar ter uma vida melhor” e nesse mesmo ano começou a fazer o curso de qualificação, na área de refrigeração, no Senai Taguatinga.  Em poucos meses, seu bom desempenho o levou ao treinamento para as Olimpíadas, sob os cuidados dos professores Joaquim, William (Campeão mundial 2011) e do próprio Gabriel (campeão das Américas 2013). E, depois de enfrentar uma maratona de treinamentos de mais de 4 mil horas, ele foi campeão estadual, nacional (concorrendo com dez estados) e se classificou no quarto lugar no mundial em Abu Dhabi, em 2017, onde competiu com técnicos de 24 países. Com essa façanha ele ganhou do SENAI um curso de inglês e uma bolsa para a faculdade. Atualmente está cursando engenharia na Universidade do Distrito Federal.

“É muito significativo pra mim olhar para minha jornada e ver tudo que se passou. Mas é mais gratificante ainda poder ensinar aos outros técnicos, que estão trabalhando na rua, e podem ser beneficiados com o conhecimento técnico que eu consegui. E eu poder passar esse conhecimento pra eles, num curso como esse do PBH, que nos ajuda a evitar vazamentos, protegendo a natureza e ainda economizando dinheiro, é muito gratificante mesmo. Eu explico aos meus alunos: ´Podem tirar nossos bens financeiros. Mas o conhecimento, não! É seu para a vida toda!’”.

Como bem diz a diretora do SENAI Taguatinga, Janaína Braga D´Almeida, ao lado de sua mesa repleta de troféus (réplicas de premiações desses jovens e de muitos outros das dezessete áreas da instituição, cuja unidade tem mais de 17 mil metros quadrados de área construída e atende por ano a 15 mil jovens): “Eu mostro esses troféus com muito orgulho do trabalho que realizamos. Temos muito orgulho desses jovens campeões da nossa escola. Eles são um grande exemplo para nossos alunos, que se inspiram nas suas conquistas.”

Cursos de Norte a Sul

O curso de “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split” faz parte da Etapa 2 do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH). As aulas começaram a ser realizadas no final do ano passado e seguirão até 2020 de Nortes a Sul do País. O PBH é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), e os projetos para o setor de serviços, como esse curso, são implementados pela agência bilateral parceira do PBH, a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH

Veja fotos de todos os entrevistados em: https://www.facebook.com/camadadeozonioerefrigeracaoeclima/

Serviço:

Para mais informações sobre o curso do PBH no Senai-Taguatinga, basta contatar Luciana Coelho, pelo tel.: (61) 3353-8710

*As Olimpíadas do Conhecimento, organizadas desde 2001, são a maior competição de educação profissional e tecnológica das Américas, promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), com o apoio de dezenas de empresas e organizações.

Primeiro vídeo da série “Capacitação em foco” mostra a história de sucesso de uma mulher pioneira na refrigeração no Brasil

Conheça o primeiro vídeo da série de documentários “Capacitação em foco: Depoimentos de Treinandos e Treinadores”, que tem como objetivo retratar a vida e obra de profissionais da refrigeração que difundem as boas práticas e as novas tecnologias do setor para a proteção do meio ambiente. O vídeo de lançamento mostra a história de sucesso de Jossineide Oliveira e Silva (imagem), natural de Porto Velho – Rondônia, que há 25 anos atua na refrigeração e, rompendo preconceitos e vencendo grandes desafios, construiu uma carreira de sucesso como instrutora no SENAI-Porto Velho, além de atuar também como consultora e empresária.

Neste ano de 2018 Jossineide tornou-se também a primeira instrutora mulher a ministrar os Cursos para Boas Práticas em Sistemas de Refrigeração Comercial e Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split no Brasil, sendo um grande exemplo para outras mulheres de todo o país que almejam trabalhar na área.

Os cursos de boas práticas, assim como essa nova série de vídeos, fazem parte do Projeto para o Setor de Serviços em Refrigeração e Ar Condicionado realizados no âmbito do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil e implementado pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.  

A história de Jossineide, com esse lançamento em vídeo (em português e com legendas em inglês e em espanhol), terá alcance internacional, pois será apresentada na reunião da Rede Regional de Oficiais de Ozônio da América Latina e Caribe, a ser realizada no período de 1 a 4 de novembro de 2018 em Quito/Equador.

Ficha Técnica

Realização do Vídeo 

Ministério do Meio Ambiente e Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH

Coordenação Geral

Magna Luduvice (MMA), Frank Amorim (MMA), Gabriela Teixeira Rodrigues Lira (MMA) e Stefanie von Heinemann (GIZ Proklima)

Direção e filmagem

Tiago Zenero

Formato

Vídeo com 7 minutos nas versões: Português, inglês e espanhol

Veja também a entrevista completa de Jossineide, que deu origem ao roteiro do vídeo: http://boaspraticasrefrigeracao.com.br/noticias_interna/85

Veja versão em português: 

CTGAS-ER inicia cursos de boas práticas em sistemas de ar condicionado e de refrigeração comercial

Desde o final de outubro, o Centro de Tecnologias do Gás & Energias Renováveis (CTGAS-ER), escola do sistema Senai, localizada em Natal,  no Rio Grande do Norte, está oferecendo dois cursos do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH): “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split” e “Boas Práticas em Sistemas de Refrigeração Comercial”. Estes cursos, que apresentam novas tecnologias, são gratuitos, e estão com grande procura pelos técnicos da área.

 “Os cursos são muito bons. A maneira como eles são formatados, os materiais e os equipamentos”, afirma o instrutor José Rodrigues da Fonseca, de 51 anos, e com 32 anos de Senai, especialista na área reconhecido nacionalmente e internacionalmente. “Eu acho que coisas boas, como as mostradas nesse curso, é que agregam consciência profissional e ambiental. Um bom profissional precisa saber que deve se preocupar com a técnica e também com o meio ambiente, porque ele tem família. Então, a proposta desse curso é espetacular e, por isso, atrai muitos alunos.”

Segundo Rodrigues, a divulgação dos cursos pela escola e parceiros está sendo muito bem-sucedida. “Nós estamos divulgando bastante os cursos, por meio de sindicatos, entidades e de empresas parceiras, e os alunos estão comparecendo e se inscrevendo. Este ano fechamos todas as turmas completas e para o ano que vem, a nossa expectativa é também ter classes lotadas”, explica.

Outro instrutor do CTGAS-ER que ministra esses cursos, o experiente José Fernandes de Araújo Santos Filho, de 50 anos e com 31 anos de Senai, também afirma que a demanda de técnicos para esses cursos continuará grande no ano que vem. “Nossa expectativa é formar uma turma atrás da outra. Os técnicos precisam do conhecimento que disponibilizamos, em especial sobre as novas tecnologias, com novos equipamentos, e sobre as formas de evitar vazamentos, protegendo o meio ambiente”, afirma.

Essa demanda acontece, porque o mercado de refrigeração, além de muito aquecido no Estado, está cada vez mais exigente, como explica o instrutor Leonardo Oliveira Sabino, de 32 anos, e há 10 anos atuando no CTGAS-ER: “Hoje o mercado exige as boas práticas, e o técnico que não praticar, com os equipamentos certos, trabalhando com conhecimento, estará fora. É por isso que os técnicos, mesmo aqueles que atuam há muitos anos, estão vindo buscar informação aqui no CTGAS-ER, com cursos como esses”.

Turmas em Mossoró (RN) e Recife (PE)

Em 2019 esses dois cursos também serão ministrados no Rio Grande do Norte, na cidade de Mossoró, e em Pernambuco, em Recife, com todo o trabalho coordenado pelo CTGAS-ER.

O PBH é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), e os projetos para o setor de serviços, como os cursos de boas práticas, são implementados pela agência bilateral parceira do PBH, a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

Mais informações e inscrições:

CTGAS-ER – Janaína de Fontes Guedes Lima

Tel.: (84) 3204-8000

Profissionais da refrigeração debatem maior participação feminina no setor em evento na Fiesp -SP

Qual é o contingente atual de participação feminina no setor de refrigeração e ar condicionado? Como ampliar essa participação? Quais as histórias de sucesso das mulheres no setor? Como escolas, como o Senai-SP, atuam para ampliar o contingente feminino na área? Essas e outras questões foram debatidas no evento “Agora é que são Elas:  Mulheres  no AVAC&R 2018”, realizado no dia 5 de dezembro, na Fiesp-SP, que homenageou técnicas em refrigeração com carreiras de sucesso, como Jossineide Oliveira e Silva, primeira instrutora mulher a ministrar os cursos no Brasil de “Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do Tipo Janela e Mini-Split” e de “Boas Práticas em Sistemas de Refrigeração Comercial”. Esses cursos fazem parte das ações para o setor de Serviços do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH).

Além de Jossineide, foram homenageadas, no evento, mulheres de destaque no setor RAC, como a técnica em refrigeração com longa carreira na área, Carmosinda Santos (Equinix), a coordenadora pedagógica do Senai-SP, Simone Bálsamo (Senai-SP), a empresária Graciele Davince (Eletrofrigor), entre 30 mulheres homenageadas e aplaudidas por um auditório lotado com cerca de 300 pessoas.

A técnica Carmosinda Santos, que se apresentou como “Filha do Senai”, foi uma das primeiras palestrantes do evento, fez um discurso emocionado, falando da sua vida simples, das suas conquistas como técnica mulher, das dificuldades do trabalho diário: “Vocês não sabem o tamanho da importância do apoio de todos no setor, homens e mulheres, ao nosso trabalho no dia a dia. Estou falando como mulher, como técnica que coloca um condensador nas costas, que quebra uma parede, que fica o dia todo exposta ao sol para fazer uma manutenção. Muitas vezes nós não damos o devido valor ao ambiente climatizado que nós estamos e nem imaginamos o que acontece nos bastidores, ou seja, a dificuldade que os técnicos passam para oferecer o conforto do ar condicionado.”

Carmosinda exalta ainda a importância de valorizar o trabalho de todos os técnicos: “O propósito desse evento é não só exaltar a presença das mulheres na refrigeração. Mas também os nossos amigos, os nossos colegas (homens). Porque se hoje eu sou técnica em refrigeração atuando em equipamentos de grande porte, com Chillers (atuo no maior datacenter do mundo, na Equinix) é graças a esses colegas e amigos que me ensinaram, me auxiliaram, me deram a mão… Portanto, aproveito esse evento para pedir que os técnicos em refrigeração, homens e mulheres, bons profissionais, sejam mais valorizados”.

Também do Senai-SP, a coordenadora pedagógica da Escola Oscar Rodrigues Alves, Simone Balsamo, química, pedagoga e mestranda em Educação, falou sobre a escola, seus alunos e a participação feminina desde a década de 50, com técnicas tecelãs, até hoje, com técnicas em refrigeração se formando a cada ano. “Para falar da mulher no setor, eu busquei alguns dados da Revista do Frio que destaco, pois não há pesquisa no Brasil sobre a diversidade de mão de obra na área (refrigeração e climatização). Nos Estados Unidos, as mulheres no setor respondem por apenas 2% da mão de obra na área de refrigeração e climatização e também respondem por apenas 29% dos cargos de presidência na área”, afirmou, mostrando como ainda é pequena a participação de mulheres no setor de refrigeração no mundo. “Mas os gráficos mostram que, mesmo assim, sendo poucas, a participação das mulheres nos EUA está crescendo. Acho que essa é a tendência aqui no Brasil também. Nós do Senai-SP incentivamos e valorizamos a participação das mulheres em nossos cursos. Desde 1993 até agora tivemos 77 alunas formadas apenas no curso técnico em refrigeração. Em média, de cada turma com 36 alunos, uma é mulher. É muito pouco ainda, mas é uma participação crescente e elas põem a mão na massa (Simone mostrou várias fotos de alunas e professoras atuando). Nossa escola tem alunas, mas é preciso divulgar mais essa participação da mulher nessa área, mostrando que os cursos de técnicos em refrigeração e climatização são também para mulheres!”.

Menos preconceito, mais harmonia

Patrícia Corrêa Balan Abdalla, engenheira mecânica, gerente de Desenvolvimento da Rede de Concessionários da América Latina na Thermo King – empresa do Grupo Ingersoll Rand® Company, foi outra representante do universo feminino do setor de refrigeração a falar, como disse, não apenas sobre mulheres. “Não estamos aqui para falar sobre homens e mulheres. Estamos aqui para falar sobre nós”, evidenciando que é preciso uma mudança cultural, de homens e mulheres, para diminuir a visão preconceituosa e estereotipada de ambos. Ela revelou que sofreu muito bullying (violência psicológica) na carreira (engenharia) e que também tinha preconceito contra a participação das mulheres. Ela, por exemplo, resistiu inicialmente a participar de um programa para lideranças femininas no grupo em que atua. Depois, percebeu seu preconceito e a importância desse trabalho para ampliar o número de líderes mulheres. “Eu estava enganada. Foi um divisor de águas na minha vida, porque, ao ingressar em um programa para lideranças femininas, eu tive a oportunidade de escutar outras mulheres e perceber que essa questão da resiliência da autoconfiança, que eu achava que tinha, não é o que passa na maioria das mulheres. Eu percebi que, mesmo sendo mulher, eu era machista, pois procurava agir e me incorporar ao ambiente masculino em que atuava. Muitos colegas diziam: ‘Você é muito legal, você pensa e fala igual homem´. Foi um processo de transformação. Aprendi muito”, afirma Patrícia.

A gerente da Thermo King fala sobre os caminhos para ampliar a diversidade de gênero no setor de refrigeração. “Hoje quando a gente fala da qualificação profissional e do mercado de trabalho, independentemente de serem mulheres ou homens, todos precisam se qualificar, principalmente com as mudanças da Indústria 4.0 que estão aí. Mas, quando a gente fala em setores técnicos como o de refrigeração, o número de mulheres participando ainda é muito baixo. Então, o que a gente percebe é uma mensagem muito positiva: existem oportunidades para as mulheres nesse setor. Contudo, o desafio é criar um ambiente de inclusão para que as mulheres se sintam encorajadas a entrar nesse setor e avançar”, afirma. Para Patrícia, é preciso coragem, porque o processo é longo e envolve tentativas e erros. Mas vale a pena começar a trabalhar em um ambiente nas empresas que amplie o respeito pelas diferenças. “Vamos respeitar as diferenças. Somos diferentes sim (nós mulheres) e vamos praticar a gentileza para poder conquistar nosso espaço, privilegiando características femininas tão bonitas, como ser gentil.”

Para ampliar a participação das mulheres no setor de refrigeração, Patrícia sugere ampliar a reflexão sobre a participação da mulher no setor, combatendo os ‘clubes do bolinha’, o bullying, deixando as mulheres falar e se manifestar, ampliando sua confiança e, portanto, incentivando sua participação. “Nós precisamos olhar para nossas empresas, para esse mercado, para fazer com que essas mulheres possam trabalhar, executar suas funções, com liberdade de serem quem são e encontrarem um ambiente propício”, afirmou.

Homens e mulheres juntos no setor

“É significativo o crescimento da participação das mulheres nessa indústria. Vemos cada vez mais engenheiras, arquitetas, professoras, líderes empresariais e vendedoras atuando na área. É fantástico ver as mulheres rompendo estereótipos e mudando paradigmas, num mercado em que a mão de obra masculina ainda reina soberana”, afirmou o jornalista Paulo Fernando Costa, repórter da Revista do Frio, que mediou o primeiro debate da noite. Outro mediador dos debates, o diretor da Camfil na América Latina, Paul Clevelan, também falou da importância do incentivo à participação feminina no setor: “O nosso espírito aqui é de contribuir, de trabalhar, para que consigamos, em algum momento, essa igualdade entre homens e mulheres no setor. Uma luta que já se estabelece há algum tempo e que surge pela composição cultural e aspectos socioeconômicos do nosso país, no qual percebemos mudanças e, hoje, está em vias de se conseguir essa igualdade no mercado de trabalho, nas oportunidades e na questão de rendimentos.”

O evento, promovido pelo Sindratar-SP – Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo, e pela ASHRAE Brasil Chapter – sociedade norte americana voltada ao setor, foi realizado em auditório no prédio da Fiesp, em São Paulo (SP). Durante a abertura, o presidente do Sindratar-SP, Carlos Eduardo Trombini, agradeceu a participação de todos, especialmente das mulheres, e elogiou a maciça participação das mesmas nos eventos, já adiantando a possibilidade de outras edições. O mesmo propósito foi defendido pelo presidente da ASHRAE Brasil, co-promotora do evento, Bruno Martinez, que destacou a participação de mais mulheres na entidade.

O evento contou também com a presença de várias autoridades, como a Secretária de Políticas Públicas para Mulheres, do Governo Federal, Naura Requia Schneider. Na oportunidade a secretária destacou a importância de o Governo Federal se aproximar das questões que envolvem o universo da refrigeração, uma vez que cabe à Secretaria criar políticas públicas que permitam às mulheres exercerem sua cidadania dentro da sociedade brasileira. No evento, o presidente do Fenemi, Marco Aurélio Candia Braga, deu uma grande notícia para setor: a decisão do CONFEA de instituir o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia.

Veja mais a respeito do evento “Agora é que são elas” em: https://www.sindratarsp.com.br/single-post/2018/12/07/Agora-%C3%A9-que-S%C3%A3o-Elas-discute-futuro-da-presen%C3%A7a-feminina-no-AVACR e http://revistadofrio.com.br/2018/12/ashrae-brasil-e-sindratar-sp-homenageiam-mary-