Brasil dá um passo importante na implementação da Emenda de Kigali

Representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e das agências internacionais como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), agência líder de implementação, Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e a Cooperação Internacional Alemã por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH se reuniram nesta quarta-feira (6/3) para preparação da estratégia para a implementação da Emenda de Kigali no Brasil. O evento ocorreu na sede do PNUD, em Brasília (DF).

O encontro teve como objetivo principal dar início à fase preparatória que estabelece as bases para a elaboração da estratégia abrangente que guiará a redução do consumo dos Hidrofluorcarbonos (HFCs) no Brasil, como define a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, ratificada pelo Brasil em agosto de 2022.

A estratégia abrangente será traduzida internamente com o Plano de Implementação da Emenda de Kigali no Brasil, a ser implementada em etapas, entre os anos de 2026 e 2045, e resultará na não emissão de 79,5 milhões de toneladas de CO2eq, representando um avanço significativo no enfrentamento às mudanças do clima. O CO2eq é usado para comparar as emissões de diversos gases de efeito estufa com base na quantidade de dióxido de carbono que teria o mesmo potencial de aquecimento global (GWP).

De acordo com Ana Toni, o trabalho do Protocolo de Montreal tem sido sólido com a parceria das agências. “O Brasil tem demonstrado que é possível caminharem juntos o enfretamento das questões climáticas e a economia e, assim, superar muitos desafios e gargalos. Estamos acelerando a implantação da Emenda de Kigali, com apoio do Ibama, com a parceria dos químicos e dos agentes da mudança do clima. A razão do sucesso do Protocolo e do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH) é a capacidade de unir o técnico, o ambiental e o econômico. Essa é uma parceria importante para o governo brasileiro. Queremos inspirar outras convenções do meio ambiente e conseguir implantar outras agendas ambientais de tanto sucesso como essa”, explicou a secretária nacional de Mudanças Climáticas.

“Para o PNUD, o tema da implementação do Protocolo de Montreal no Brasil é visto com grande apreço. O PNUD vem prestando assistência técnica e operacional ao governo brasileiro na implementação do Protocolo de Montreal há vários anos. No âmbito dessa parceria sólida e exitosa, o PNUD tem atuado como agência líder desde 2002, implementando projetos que apoiam estratégias governamentais importantes, como o Plano Nacional para Eliminação de CFCs, e o Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs”, ressaltou Claudio Providas.

O processo de implementação no Brasil da Emenda de Kigali contará com o apoio financeiro do Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal, que será gerenciado por PNUD, UNIDO e GIZ, por meio de diversos projetos do Plano de Implementação da Emenda de Kigali no Brasil, sob coordenação do MMA. Esses recursos serão direcionados principalmente para a atualização das linhas de produção nos setores de refrigeração e ar-condicionado, promovendo uma transição tecnológica que resultará em maior eficiência energética dos equipamentos produzidos.

Para Franziska Schmittner, os 20 anos de parceria com o Brasil cada vez mais trazem otimismo e oportunidade em investir no desenvolvimento sustentável do país, sobretudo no enfretamento às mudanças do clima. “Estamos felizes para assegurar uma transformação verde para o setor. Foram mais de 15 mil técnicos e técnicas capacitados até agora. Na Etapa III do PBH, que vamos entrar agora, será uma nova fase de avanço, pois queremos continuar com essa parceria de sucesso com o governo brasileiro e com as agências do sistema ONU”, enfatizou.

O Protocolo de Montreal é um dos instrumentos ambientais mais bem-sucedidos do mundo, responsável pela redução do consumo das substâncias que destroem a Camada de Ozônio (SDOs) e, consequentemente, pela diminuição do lançamento dessas substâncias na atmosfera. “Com a implantação da Emenda de Kigali no Brasil, surge uma nova fase para o Protocolo, e o Brasil dá novos passos em direção à redução da emissão de gases que também contribuem para o aquecimento global”, completou Claudio Providas.

“Hoje, é um marco importante no fundo bilateral no Brasil, de cooperação internacional em prol das questões ambientais e climáticas do país. O Protocolo de Montreal é um exemplo de sucesso, porque vem atingindo suas metas do ponto de vista ambiental, político e econômico, envolvendo as empresas e diminuindo o impacto à Camada de Ozônio. Agora, mais do que nunca, o Protocolo está envolvido com as questões climáticas, no debate central do mundo. Agradecemos ao governo brasileiro pelo apoio e cooperação; e temos a alegria de fazer parte desse processo e desse avanço”, reconheceu Clóvis Zapata.

A expectativa é de que essa iniciativa contribua significativamente para os esforços nacionais e globais de enfrentamento às mudanças do clima, reforçando o compromisso do país com a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.

A abertura do evento de preparação da estratégia para a implementação da Emenda de Kigali no Brasil contou com a presença do representante-residente do PNUD no Brasil, Cláudio Providas; do representante da UNIDO no país, Clóvis Zapata; da gerente de projetos da GIZ na América Latina e Caribe, Franziska Schmittner; da Secretária nacional de Mudanças Climáticas do MMA, Ana Toni; e da diplomata do MRE, Bruna Veríssimo.

Sobre a Emenda de Kigali

Acordo internacional destinado a reduzir o uso de gases de efeito estufa conhecidos como Hidrofluorcarbonetos (HFCs), substância controlada pelo Protocolo de Montreal. Esses gases são comumente usados em sistemas de refrigeração, ar-condicionado e outros equipamentos. A emenda foi aprovada em Kigali, Ruanda, em outubro de 2016, como uma adição ao Protocolo de Montreal, que trata da proteção da camada de ozônio.

No Brasil, a Emenda de Kigali significa que o país deve adotar medidas para reduzir gradualmente o uso de HFCs, substituindo-os por alternativas mais amigáveis ao clima. Isso pode envolver a implementação de regulamentações e políticas para incentivar a transição para refrigerantes e tecnologias que tenham um impacto ambiental menor.

A adesão à Emenda de Kigali é importante para o Brasil e para outros países, pois contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, ajudando a combater as mudanças do clima.

Fonte: UNDP

ABRAVA lança cartilha de eficiência energética para aparelhos de ar condicionado

 

A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento – ABRAVA, por meio do Departamento Nacional de Ar Condicionado – DNAC, lança cartilha “Eficiência energética no ar-condicionado – tecnologias aliadas às boas práticas”.

A cartilha contém informações importantes para os consumidores destes equipamentos, como, por exemplo, os proprietários e gestores de pequenos e médios comércios, sobre a relação do uso dos aparelhos de ar condicionado com a eficiência energética, considerando os diferentes tipos de tecnologias e as boas práticas. O conteúdo pode ser baixado gratuitamente! Faça o download aqui!

O objetivo da cartilha é chamar a atenção para aspectos importantes como a escolha do equipamento, projeto, instalação, manutenção e contratação de profissionais habilitados (como os técnicos/as que realizam os cursos de Boas Práticas do PBH e outros cursos na área de refrigeração nas escolas técnicas em todo o Brasil), considerando legislações e normas existentes, impactos financeiros e ambientais.

O desenvolvimento da cartilha é resultado da interação entre o DNAC e o Comitê de Eficiência Energética da ABRAVA, por meio de uma solicitação do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL, que tem firmado um acordo de cooperação com a associação, para juntos buscar melhores caminhos em eficiência energética para o setor de climatização e refrigeração e toda a sociedade.

Veja outras informações sobre a cartilha no site de ABRAVA.

 

Por Susana Ferraz, consultora de Comunicação Integrada da GIZ.

SENAI-DF, em parceria com o PBH, formará 207 técnicos no curso de Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado

Da esquerda para a direita: Wendell Santos, consultor do SENAI; Keison Souza, gerente da unidade; Stefanie von Heinemann, consultora da GIZ, Paula Galdina e Diego Albuquerque, coordenadores do SENAI-DF, e Renato Lourenço, instrutor do curso.

O SENAI Taguatinga, Distrito Federal (DF), agora com sua área de Refrigeração e Climatização totalmente reestruturada, tem como meta formar 207 alunos no primeiro semestre deste ano. A escola, que já formou 144 profissionais nos cursos do PBH, acaba de formar mais três turmas no curso gratuito de “Boas Práticas para Melhor Contenção do HCFC-22 em Sistemas de Ar Condicionado do tipo Janela e Mini-Split”, sendo duas em janeiro e uma neste mês de fevereiro.

O curso, totalmente gratuito, é realizado no âmbito do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), e conta com apoio na implementação da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

A consultora e gerente do projeto da GIZ, Stefanie von Heinemann, esteve na escola em meados de fevereiro, durante a realização da terceira turma do curso do PBH, para conhecer a nova estrutura na área de refrigeração e alinhar estratégias junto aos responsáveis, reforçando a importância desta parceria (foto abertura*). “O Senai está sempre nos apoiando e, para nós, é muito importante essa parceria para conseguir chegar ao aluno, ao técnico/a de campo, que pode fazer a diferença ao eliminar vazamentos de HCFCs e reduzir o consumo deste fluido”, destaca.

Na reunião com a representante da GIZ, o gerente da unidade, Keison Souza, enfatizou que a parceria com o programa é muito importante para a escola. “Essa parceria é excelente, pois oportuniza grandes experiências para os nossos docentes e para os nossos alunos. Estamos retomando os cursos agora e já pensamos também em fomentar turmas mais inclusivas, como turmas só para mulheres (por meios de parcerias com indústrias, escolas etc.) e turmas com pessoas com deficiência (PCD), divulgando que a escola está apta a receber esses alunos”, afirma. No caso das turmas com PCD, o gerente informa que a escola está preparada em termos de acessibilidade e de pessoal (conta com intérprete de libras).

O ex-instrutor dos cursos do PBH na escola e atual consultor da área de refrigeração das cinco unidades do SENAI no DF, Wendell Santos, que também esteve presenta na reunião, explica que a proposta da escola é fortalecer cada vez mais seus cursos na área de refrigeração e climatização. “Estamos incrementando as ações para atrair mais alunos para os cursos de refrigeração, como o do PBH, firmando parceria com grandes parceiros da área de climatização”, diz.

Wendell Santos, que conheceu bem as iniciativas de Refrigeração Verde na Alemanha, pois participou do treinamento internacional Cool Training 2023, do Proklima/PBH, também está capitaneando novas iniciativas em prol da Refrigeração Verde na escola, como organizar visitas técnicas de alunos do Senai-DF em indústrias com amônia localizadas na região.  “Acho importante os alunos saírem da sala de aula e irem a campo ver como as indústrias trabalham com fluidos naturais”, diz.

Terceira turma do SENAI-DF em aula prática do curso

Terceira turma do curso de Boas Práticas do PBH

A reativação dos cursos do PBH no Senai Taguatinga está sendo implementada pelo coordenador de Projetos, Diego Albuquerque, e conta com o apoio da coordenadora pedagógica, Paula Galdina e Silva, que juntos estão organizando as novas turmas do curso do PBH.

“Estamos com nossas oficinas estruturadas e com os professores capacitados pelo projeto e vamos trabalhar para cumprir a meta de formar 207 alunos, neste curso do PBH, até 30 de junho de 2024, divulgando fortemente os cursos nos nossos meios de comunicação”, afirma.

A terceira turma do curso do PBH (foto acima), realizada neste mês de fevereiro, teve como instrutor Renato Lourenço Ribeiro, que junto com o instrutor José Francisco Dominguez Martinez, ambos capacitados pelo programa, são os responsáveis atuais por ministrar o curso na escola.

Veja a seguir os depoimentos de dois alunos desta terceira turma:

Cleiton Santana, 44 anos, técnico em eletrônica:

“Atualmente estou trabalhando na área como refrigerista em sistema de ar condicionado e, também, atuo como mestre de obras. No dia a dia, trabalhando, a gente já acha que sabe tudo, e quando chegamos aqui no curso de Boas Práticas (do PBH), percebemos que temos muito a aprender. Antes, eu tinha uma noção básica de que os gases afetavam a Camada de Ozônio, mas só aqui, nas aulas, que entendi realmente o impacto que os gases causam ao meio ambiente, porque alguns destroem a Camada de Ozônio, enquanto outros aumentam o efeito estufa e o aquecimento global. Então, é realmente muito importante entender como fazer a manutenção dos aparelhos de ar condicionado com segurança e realizar o descarte correto do gás e o seu recolhimento.”

Pedro Melo, 32 anos, técnico em automação:

“Fiquei sabendo do curso (do PBH) pelo site do SENAI e me interessei muito pelo conteúdo. As aulas são muito didáticas, com o conteúdo bastante rico. Nós, que atuamos na área, temos alguns vícios técnicos que carregamos ao longo dos anos, e é muito importante relembrar e aprender as boas práticas; é uma forma de reeducar a gente nesse meio. Além, claro, da importância dessa ênfase na preservação do meio ambiente, da nossa responsabilidade, que é crucial. E, agora, eu me sinto um multiplicador desse conhecimento para meus colegas de trabalho. Estou pronto para disseminar essas informações para o meu meio e recomendar que eles também façam o curso!”

 

Mais informações e inscrições sobre novas turmas do curso gratuito do PBH:

Escola SENAI Taguatinga

QNC (Ae 21), Taguatinga, DF

Site: https://www.sistemafibra.org.br/senai/

Por Susana Ferraz, com a colaboração de Luisa Bretas.

A sétima edição da Escola de Verão de Refrigeração conta com especialistas para debater sobre refrigeração e respeito ao meio ambiente e à sustentabilidade

 

A Escola de Verão de Refrigeração (EVR), evento realizado a cada dois anos desde 2012, trará, esse ano, o tema “Refrigeração e Ar-Condicionado – Inovação e Sustentabilidade” e contará com palestrantes especialistas para trazer discussões para a pauta sobre o uso da refrigeração e ar-condicionado ligado à sustentabilidade, junto à preservação de insumos ou de alimentos, redução do consumo energético, inovação tecnológica e respeito ao meio ambiente.

A 7ª edição da EVR será organizada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e acontecerá de forma presencial na universidade, entre os dias 26 de fevereiro e 1º de março.

Nessa edição, além de contar com 26 palestrantes especialistas da Academia e da Indústria, o evento contará com 3 minicursos de alta demanda, sendo eles: Modelagem e Simulação de Sistemas de Refrigeração, Fundamentos de Psicrometria, e Qualidade do Ar Interior.

O evento é voltado para alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores e profissionais da indústria que atuam em refrigeração, ventilação, condicionamento de ar e aquecimento.

As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas! As inscrições serão contabilizadas por ordem de envio de e-mail, junto com o comprovante de pagamento, para bandarra@ufu.br (Prof. Enio P. Bandarra Filho). Para mais informações e valores, clique aqui.

 

Aberta licitação para empresas interessadas no fornecimento de ferramentas e equipamentos de refrigeração

 

A Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deustche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), promove licitação para fornecimento de ferramentas e equipamentos de refrigeração para a realização de cursos de boas práticas para melhor contenção do HCFC-22 em sistemas de ar-condicionado.

Os cursos de boas práticas fazem parte da Etapa 2 do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), coordenado pelo MMA e implementados pela GIZ no âmbito do Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a Camada de Ozônio.

A licitação é voltada para empresas interessadas em fornecer equipamentos e ferramentas para laboratórios de refrigeração, localizados em escolas profissionalizantes parceiras do PBH, como expansores de tubos, detectores de vazamentos, cilindro de gás de hidrogênio e nitrogênio, bombas de vácuo, entre outros. E, também, devem comprovar atuação no mercado há pelo menos cinco anos.

As empresas interessadas deverão manifestar interesse até o dia 22/02/2024, próxima quinta-feira, por e-mail, exclusivamente, para o endereço eletrônico br_quotation@giz.de , com o assunto: (91178662 – Manifestação de Interesse).

Para ler a licitação na íntegra e conhecer todos as ferramentas e equipamentos solicitados, clique aqui.

“Treinamento de Treinadores/as” reúne instrutores de 9 estados no CTGAS-ER, do SENAI-RN, em Natal

Mais uma vez, o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), que faz parte do HUB de Inovação e Tecnologia do SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Norte, sediou uma importante edição do Treinamento de Treinadores/as do curso de Boas Práticas para Melhor Contenção do HCFC-22 em Sistemas de Ar Condicionado do tipo Janela e Mini-Split, em Natal (RN). O treinamento ocorreu de 11 e 14 de dezembro de 2023, e envolveu 15 instrutores de 9 estados: Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Rio Grande do Norte e Santa Catarina, além do Distrito Federal (DF).

A iniciativa ocorreu no âmbito do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), e implementado pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

Este treinamento, visando capacitar os instrutores (do Sistema SENAI e Instituto Federal) para ministrar este curso do PBH para profissionais da refrigeração, em seus respectivos estados, foi ministrado pelo engenheiro e instrutor Gutenberg da Silva Pereira. Também esteve presente, a assessora técnica da GIZ, Mariana Silva, responsável pela organização do treinamento.

A equipe do CTGAS-ER, liderada pela diretora da escola, Amora Cavalcante, apoiou totalmente este treinamento, desde a organização, com apoio da coordenadora de educação, Rúbia Lahm, e da supervisora pedagógica, Juliene Guedes, até a assessoria técnica (sala de aula e oficina), do instrutor Daniel Lima de Oliveira, também instrutor certificado pelo programa. A assistente administrativa Marcelle Oliveira deu suporte à turma durante visita monitorada aos laboratórios da escola.

Conhecimento compartilhado

Como disse o professor Gutenberg, está turma reuniu desde profissionais muito experientes na área de refrigeração até profissionais com experiências mais recentes. “Foi um treinamento muito positivo. Essa turma foi muito receptiva. Eles souberam ouvir. Não só a mim, mas aos colegas que falaram das experiências no curso, em sala de aula, nas práticas de mercado e sobre as técnicas”, explicou.

No total dessa turma, foram cerificados 14 instrutores homens e uma instrutora mulher. A instrutora Luana Orlandini, do Instituto Federal da Bahia (IFBA), é a quarta instrutora mulher a ser certificada pelo programa no Brasil. No total o programa já certificou como treinadores-instrutores 156 profissionais de escolas parcerias. A seguir, confira uma síntese dos depoimentos dos 15 instrutores e saiba um pouco sobre suas carreiras:

  • Alessandro Vieira Mateus, 43 anos, 13 no setor. Técnico em eletrotécnica e empresário autônomo. Instrutor do SENAI-Tijucas (SC):

“Eu já atuava há anos na área, quando voltei para a escola e fiz o técnico em eletrotécnica em 2019. De lá para cá continuei estudando e recentemente entrei no Senai para ministrar a disciplina de instalação elétrica predial e, em seguida, fui convidado também a ministrar esse curso do PBH. Eu achei o máximo essa oportunidade. Adorei o curso e poder estar com instrutores de diferentes estados. Aqui, além do excelente professor, temos um grupo com mestres, com muitos anos de experiência e diferentes graduações, que nos apoiam muito.”

 

  • André dos Santos Silva, 49 anos, técnico de refrigeração, pós-graduado em Engenharia de Climatização, instrutor do SENAI-Rio de Janeiro (RJ):

“Sempre há uma novidade. Conhecimento é assim, sempre relembrando e reciclando. Ficamos muito tempo como professores… e chega um momento em que ser aluno é muito bom. Porque somos cobrados para sermos mais detalhistas. Ninguém é bom sempre e todo o tempo. Além de tudo foi um momento de reflexão para mim. Como tem de ser um professor? Gostei muito, em especial da amizade que formamos com os colegas. Todos se ajudando.”

 

  • Arnaldo Dantas de Moura, 54 anos, técnico em refrigeração, mecânico de aeronave, e empresário da área, instrutor do SENAI-Porto Velho (RO):

“Gostei muito! Foi minha segunda experiência nesse curso. Na primeira, fui aluno da Professora Jossineide. Mas, meu sonho era dar aula, e agora estou feliz como instrutor do SENAI-RO. Lá estou procurando apoiar a reestruturação da área de refrigeração na nossa escola, trazendo mais equipamentos e parcerias. E estar aqui no CTGAS-ER, com Prof. Gutenberg e os colegas, e ver todo o trabalho realizado na área, foi muito bom. Aprendi muito!”

 

  • Caio Alexandre Evangelista, 56 anos, 35 anos na área, Engenheiro Mecânico, empresário e consultor. Instrutor do SENAI-Belo Horizonte (MG):

“Este treinamento foi maravilhoso. Uma oportunidade ímpar de aprendermos cada vez mais. A gente vive isso no dia a dia, mas sempre podemos aprender coisas novas, como neste treinamento. Aprendi muito. Eu tenho cinco anos de SENAI e dois nesse projeto. E esse projeto me abriu muito a mente, e hoje nos meus projetos de consultoria eu fomento muito esse conhecimento e oriento os técnicos, em especial em relação ao meio ambiente (recolhimento, teste de vazamento eletrônico, etc.). As empresas gostam tanto, que enviam seus alunos para o SENAI, para fazer o curso. Isso é muito bom!”

 

  • Dionatan Quadrado, 38 anos, técnico em refrigeração, instrutor do SENAI-Porto Alegre (RS):

“Gostei muito deste treinamento. O grande destaque foi trazer novos temas e novas discussões, como a questão dos fluidos, especialmente sobre os naturais. Foi muito bom. A gente aprende muito! Aprendi com o professor e com os colegas. E aprendo também com os alunos. Recentemente, terminamos uma turma de Split (em Porto Alegre), a minha 4ª ou 5ª turma, e o reconhecimento dos alunos foi excelente. É muito bom também ser reconhecido!”

 

  • Eduardo Luís Pinto Santana, 47 anos, na área há cerca de 30 anos, engenheiro mecânico com mestrado em engenharia industrial. Instrutor do IFBA, Salvador (BA):

“Eu já tinha feito o treinamento e fui instrutor do curso de Refrigeração Comercial do PBH. Fiz outros cursos da GIZ, como o de eficiência energética e de hidrogênio verde, porque meu foco não é apenas refrigeração, mas ciências térmicas. Mas, este curso, em especial, foi muito bom, porque ele me agregou esse contato com especificidades técnicas para que eu possa replicá-lo aos alunos com mais qualidade. Eu precisava voltar ao início da minha carreira e por a mão na massa, na prática. Foi muito bom!”

 

  • José Francisco Dominguez Martinez, 52 anos, engenheiro mecânico venezuelano. Desde 2002 atua na refrigeração. Era empresário e professor universitário na Venezuela. Atualmente, nesta fase de reestruturação, é instrutor do SENAI-Taguatinga (DF):

“Graças a muito apoio, e depois de muitos desafios (atuei na área de mecânica industrial e em outros trabalhos), em outubro passado iniciei como instrutor contratado pelo SENAI Taguatinga. Meu primeiro trabalho em sala de aula, depois deste curso, será dar aulas para detentos na Penitenciária da Papuda, que já aceitou meu curriculum. Gostei muito do curso, aprendemos a metodologia e a prática e a importância das boas práticas para o meio ambiente. Muita coisa eu já sabia, mas não com essa profundidade. O professor e os colegas dão muitas informações. Falamos também sobre as regras de fabricação e do mercado, o que foi muito bom para mim. Todos me acolheram muito bem!”

 

  • José Roberto Dantas de Oliveira Jr., 22 anos, técnico em refrigeração. Instrutor do CTGAS-ER, em Natal (RN):

“Adorei essa oportunidade. Já tinha feito esse curso como aluno, mas agora, revendo tudo como instrutor, foi muito bom para mim. Eu passei no processo seletivo, recentemente, e em janeiro ministrarei este curso do PBH aqui na escola. Será minha primeira experiência como instrutor. Por isso, a experiência aqui neste curso, com tantos professores, de diferentes regiões do país, foi excelente. Absorvi muito conhecimento. E quero aprender ainda mais!”

 

  • Josué Floes Cabral, 19 anos. Técnico em eletromecânica, atualmente cursando Tecnólogo em Refrigeração. Instrutor do SENAI-Goiânia (GO):

“Achei esse treinamento fantástico! Sou instrutor há um ano na escola. Este curso já tinha feito antes, como aluno, mas agora como instrutor é diferente. Foi muito bom. Tenho muito a aprender. E a melhor forma de aprender a dar aula é sendo aluno e observando; e trocando ideias com os colegas de outras escolas. A didática deste curso é muito boa. Ele apresenta uma mudança de comportamento na refrigeração, de um outro modo de trabalhar respeitando as boas práticas e o meio ambiente.”

 

  • Luana Ribeiro Orlandini, 34 anos, engenheira industrial mecânica, instrutora do IFBA-Salvador (BA):

“Amei o curso! Eu já fiz outros cursos na área de refrigeração, em que atuo como professora há alguns meses, além de atuar como professora de mecânica e de computação gráfica (desde 2018). Mas neste treinamento há detalhes que o professor Gutenberg tem a capacidade de passar para a gente que fazem a diferença. Além do trocas de informações e estratégias com os outros alunos/instrutores, sobre as técnicas, as práticas, e, também, sobre a experiência em aula. Foi muito enriquecedora essa troca de experiências!”

 

  • Mario Cordeiro de Morais Jr., 39 anos, 21 anos na área, técnico em refrigeração e engenheiro produção. Instrutor SENAI-Recife (PE):

“Adorei o treinamento. Ainda mais com o professor Gutenberg, que foi quem me inspirou a entrar na área. Eu já acompanhava o curso lá em Recife, com os outros instrutores, mas fazer esse treinamento está sendo de uma grandeza imensa. Porque além da ótima troca de conhecimento com os outros professores, podemos aprofundar o conhecimento nas boas práticas e em outros temas, como os fluidos naturais. Gosto muito desse tema, porque minha carreira começou com Amônia. Espero poder fazer outros cursos nessa área e trazer esse conhecimento para a nossa escola.”

 

  • Paulo Rodrigo Andrade, 41 anos, 12 anos na área e 1 de docência. Técnico em Refrigeração, engenheiro eletricista e empresário. Instrutor do SENAI-São José (SC):

“Gostei bastante do treinamento. Já tinha feito esse curso na escola, mas aqui está sendo uma experiência maravilhosa. É muito engrandecedor, mesmo tendo experiência na área. Nós abrimos discussões novas e recebemos novas opiniões, novos conhecimentos. Falamos sobre o posicionamento do mercado, etc. Isso é muito bom. Também foi muito bom conhecer essa escola e os cursos daqui. Quero contribuir para levar novos cursos para a nossa escola.”

 

  • Renato Lourenço Ribeiro, 42 anos, 12 anos de área, técnico em refrigeração e empresário. Instrutor do SENAI-Taguatinga (DF):

“Eu achei tudo muito bom! Gostei bastante! Eu já tinha conhecimento dos conteúdos deste curso, pelo meu trabalho, e, também, pela escola, o que me ajudou muito a dar aulas nos últimos cinco meses (técnico em Refrigeração – EAD). Mas com esse curso me aprofundei mais, para dominar ainda melhor as técnicas, porque no ano que vem nossa programação incluirá várias turmas deste curso. Também estou realizando outros cursos na área, como sobre comando elétrico avançado. Sempre procuro aprender mais, para poder ensinar mais e melhor aos meus alunos.”

 

  • Riley de Castro França, 47 anos, 25 na área, tecnólogo em segurança do trabalho, especializado em Engenharia de Climatização, empresário, instrutor do CESP – Manaus-AM:

“Foi muito bom participar deste treinamento. Aprendi coisas novas e conheci colegas novos. Já tinha feito este mesmo curso em Manaus. Mas a gente sempre pode melhorar. Eu trabalhei por 17 anos dando aulas no SENAI. E há anos atuo pelo Cesp. Agora, estamos numa fase muito boa, porque vamos reestruturar a escola lá em Manaus, para ministrar ainda mais cursos do programa no próximo ano. Eu gosto muito de trabalhar na rua, mas a sala de aula é sempre o melhor!”.

 

  • Samuel Gonçalves da Silva, 35 anos, 16 na área e 12 de Senai. Técnico em Refrigeração, Instrutor da Prefeitura e do SENAI de Recife (PE):

“Esse curso é muito bom. O treinamento foi excelente. É uma atualização muito boa, de conhecimento, de técnicas, etc. A experiência de cada instrutor também conta muito, e poder trocar essas experiências, durante o curso, é muito importante. Eu já tinha sido aluno do professor Gutenberg de 2006 a 2009. Em 2010 e 2011 fomos colegas no SENAI. E poder fazer esse curso com ele, foi muito bom. Tenho grande apreço por ele. Considero ele, como um dos meus ‘pais’ (mentor) na refrigeração!”

 

Visita à escola

Esta turma (na foto acima, instrutores com certificados) teve a oportunidade de ao final do curso realizar uma visita monitorada aos laboratórios do CTGAS-ER, em Natal: Eletromobilidade, Segurança do Trabalho, Robótica, Automação Predial e Fotovoltaica, para conhecer melhor a escola e seus cursos/atividades. Veja outras fotos deste treinamento, e fotos da visita monitorada, na página do programa (PBH) no Facebook.

Serviço

Em 2024, várias escolas parcerias irão dar continuidade aos cursos do programa. Confira as escolas e os cursos no site.

Veja mais notícias deste ano de 2023 sobre o CTGAS-ER-SENAI_RN e outras escolas, também no site.

 

RETROSPECTIVA 2023: Brasil reduz consumo de substâncias destruidoras da Camada de Ozônio

Em 2023, o Protocolo de Montreal completou 36 anos, representando um sucesso enorme da humanidade no enfrentamento de uma das maiores ameaças de todos os tempos: o esgotamento da Camada de Ozônio do planeta. Essa ação protegeu milhões de pessoas, em todo o mundo, contra doenças como câncer de pele e catarata ao longo dos anos. Permitiu, também, que ecossistemas vitais sobrevivessem e prosperassem na Terra.

No Brasil, o fortalecimento do setor produtivo e os benefícios ambientais para a população estão entre os resultados atingidos pelo governo federal. Sob a liderança do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o País tem contribuído de maneira robusta para o alcance das metas estabelecidas pelo Protocolo de Montreal, acordo para a proteção desse importante gás, o ozônio, que filtra os raios solares prejudiciais aos seres vivos na Terra.

Apresentamos a seguir a retrospectiva dos principais resultados alcançados em 2023 e as perspectivas para 2024.

Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs – PBH

O Brasil já reduziu em cerca de 56% do consumo de HCFCs, uma das principais Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (SDOs), encontradas em produtos como refrigeradores, aparelhos de ar condicionado e espumas em geral.

Os resultados decorrem do PBH, coordenado pelo MMA e tendo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) como a instituição responsável pelo controle da importação, exportação, comércio, uso, destruição, recolhimento, reciclagem e regeneração das substâncias que destroem a Camada de Ozônio. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, são as agências implementadoras dos diversos projetos que compõem o PBH.

Em 2023, o Brasil avançou com a implementação dos projetos da Etapa II do PBH nos setores de manufatura (espumas de poliuretano e refrigeração comercial) e de serviços (refrigeração e ar condicionado), além de realizar a Consulta Pública sobre a Estratégia Geral da Etapa III, que será apresentada à Secretaria do Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal em junho de 2024.

PBH apoia empresas do setor de espumas de poliuretano

Presentes em artigos que passam quase despercebidos no dia a dia, como assentos e volantes automotivos, geladeiras e móveis estofados, entre outros, as espumas de poliuretano costumavam ser produzidas no Brasil com o uso do HCFC-141b, uma das substâncias que destroem o ozônio. As empresas participantes do PBH, no entanto, receberam apoio técnico e financeiro para mudar os processos produtivos e direcioná-los para o uso de substâncias sustentáveis.

Em 2023, com o apoio do PNUD, 10 empresas concluíram a conversão tecnológica utilizando substâncias que não destroem a camada de ozônio e não contribuem para o aquecimento global. Somadas às empresas convertidas ao longo da Etapas I e II do PBH, contabilizam 394 empresas beneficiadas. Com o final da produção da mistura HFC 365/227 e a promulgação da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal pelo governo brasileiro, ambos ocorridos em 2023, estima-se que muitas empresas que estavam adiando sua decisão de aderir ao PBH, tomem a decisão final de participar do projeto em 2024. Este projeto ainda conta com recursos da ordem de US$ 3 milhões para beneficiar empresas do setor.

Os resultados alcançados pelo projeto para o setor de espumas de poliuretano do PBH podem ser encontrados nos websites www.mma.gov.br e www.protocolodemontral.org.br.

PBH dissemina boas práticas

Para evitar vazamentos de fluidos refrigerantes e aperfeiçoar a atuação dos profissionais que prestam serviços em estabelecimentos comerciais, mais de 14 mil técnicos/as foram capacitados/as em cursos de boas práticas gratuitos sobre instalação e manutenção de sistemas de refrigeração comercial e ar condicionado de pequeno porte, ao longo das Etapas I e II do PBH.  Somente em 2023, foram mais de 2 mil técnicos/as capacitados/as.

O projeto, que conta com o apoio da GIZ, ainda prevê a capacitação de 1 mil profissionais para o uso seguro e eficiente dos fluidos naturais alternativos, tais como CO2 e HC-290, que não prejudicam a Camada de Ozônio e apresentam baixo potencial de aquecimento global. Essas capacitações, previstas para iniciar em 2024, contarão com a criação de toda infraestrutura necessária, incluindo a aquisição de equipamentos, ferramentas e material didático, desenvolvido exclusivamente para os cursos. Para tanto, estão sendo implantados no Brasil dois centros educacionais para a capacitação de 300 pessoas para o setor de refrigeração comercial e cinco centros para a capacitação de 700 pessoas para o setor de ar condicionado.

A iniciativa promove, ainda, campanhas de conscientização por meio de vídeos informativos e publicações técnicas. Todos os materiais desenvolvidos pelo Projeto estão disponíveis gratuitamente nos websites www.mma.gov.br e www.boaspraticasrefrigeracao.com.br.

PBH foca em novas tecnologias

Entre as medidas voltadas para o uso de tecnologias inofensivas ao ozônio e com baixo potencial de impacto ao sistema climático global, estão as atividades que incluem o setor supermercadista, implementadas pelo PBH com o apoio da UNIDO. Duas grandes lojas varejistas, uma em Curitiba (PR) e outra em Juiz de Fora (MG), funcionam hoje com expositores de alimentos refrigerados à base de fluido refrigerante alternativo, o propano. Os principais resultados incluem a eliminação dos HCFCs e o aumento da eficiência energética. Também foram construídas nessas fábricas áreas de manufatura adequadas para o manuseio seguro do propano.

O caráter inovador dessa tecnologia foi reconhecido pelo prêmio internacional Lower-GWP Refrigeration and Air Conditioning Innovation Award, concedido pela Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (ASHRAE) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que premiou as duas empresas participantes do projeto, fabricantes desses resfriadores à base de propano.

Também com apoio da UNIDO, uma média empresa realizou conversão de equipamento resfriador de bebidas utilizando fluido propano, que registrou redução de aproximadamente 43% no consumo de energia e 97% no uso de fluido refrigerante, proporcionando um aumento de 57% na capacidade de produção de bebidas e redução de 89% em emissões de CO2 anuais. Em 2023, este projeto também recebeu o prêmio ASHRAE, por sua contribuição na redução dos impactos da tecnologia de refrigeração na camada de ozônio e no aquecimento global.

A conversão tecnológica implementada pela UNIDO também abrange empresas de pequeno porte e registra a implantação de tecnologias à base de HC-290 (propano) ou HFOs. Quatro pequenas empresas de refrigeração comercial estão convertidas, e outras nove estão em processo de conversão de seus equipamentos de refrigeração para a substituição do HCFC-22 por fluidos alternativos, que não agridam o ozônio, nem o clima e que podem proporcionar aumento de eficiência energética no equipamento convertido.

PBH apoia destinação de SDOs 

Ainda que o Brasil, assim como outras Partes do Protocolo de Montreal, tenha realizado diversas iniciativas bem-sucedidas de eliminação do consumo de SDOs, tais substâncias permanecem presentes como fluido refrigerante em equipamentos de refrigeração e ar-condicionado ou como agente de expansão em espuma de poliuretano anteriormente produzidos. Parte dessas substâncias, em algum momento ou ao final de sua vida útil dos produtos, pode ser liberada para a atmosfera. Portanto, o gerenciamento adequado das SDOs é uma ação de grande importância, pois permite que essas substâncias sejam recicladas e regeneradas, resultando em fluidos refrigerantes de qualidade que podem ser reinseridos no mercado ou, devidamente destinadas, por meio da destruição térmica.

O Brasil vem trabalhando, com o apoio do PNUD, na estruturação de um Sistema Integrado e Gerenciamento de SDOs, que visa promover a destinação final ambiental das substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal. Atualmente é composto por Unidades Descentralizadas de Reciclagem (UDRs), seis Centros de Armazenamento e Regeneração de SDOs (CRAs) localizados em pontos estratégicos do país e um incinerador instalado no estado de São Paulo com capacidade de realizar a destruição térmica adequada de SDOs inservíveis.

As UDRs realizam a reciclagem do fluido refrigerante que é reutilizado no mesmo aparelho de origem ou aparelhos semelhantes, já os CRAs realizam a regeneração dos fluidos refrigerantes, ou seja, tratam o fluido contaminado para levá-lo à condição de produto novo. O fluido refrigerante regenerado é submetido à análise físico-química que certifica a sua qualidade. Além da regeneração, os CRAs também funcionam como centros de armazenagem de fluidos que não são passíveis de regeneração e devem ser conduzidos à destinação final por meio do processo de destruição térmica.

A destruição das SDOs é a última etapa do processo de gerenciamento dessas substâncias, após terem sido avaliadas, empregadas e/ou descartadas as formas de recuperação, como a regeneração e a reciclagem. O Brasil já realizou a destruição de cerca de 25 toneladas de SDOs inservíveis. A operação do equipamento que realiza a incineração de SDOs no país é permanentemente acompanhada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), órgão ambiental responsável pelo licenciamento do incinerador em questão, garantindo a segurança e eficiência da destruição das SDOs, segundo normas e procedimentos nacionais e internacionais e diretrizes estabelecidas pelo Protocolo de Montreal.

Para saber mais sobre a destinação final de SDOs, acesse os websites www.mma.gov.br e www.protocolodemontral.org.br.

PBH realiza Consulta Pública sobre a Etapa III do Programa

A Consulta Pública sobre a Estratégia Geral da Etapa III do PBH, que prevê ações voltadas para o setor de serviços em refrigeração e ar condicionado, tem foco em:

  1. Conservação do banco de HCFCs no país, seja regenerando, reciclando ou evitando o vazamento dos fluidos refrigerantes, no sentido de manter estoque e evitar a substituição antecipada por substâncias de alto Potencial de Aquecimento Global (sigla GWP, em inglês Global Warming Potential);
  2. Promoção do uso seguro e eficiente de fluidos refrigerantes alternativos de zero PDO (Potencial de Destruição da Camada de Ozônio) e baixo GWP e que proporcionem maior eficiência energética;
  3. Implantação de treinamentos de diferentes níveis de profissionais que atuam no setor de serviços, nos subsetores de Refrigeração e Ar condicionado;
  4. Prestação de assistência técnica para a execução de projetos demonstrativos, que possuem potencial de serem reproduzidos nos subsetores abordados, evitando assim as conversões transitórias.

Com a Etapa III do PBH, o Brasil irá buscar financiamento junto ao Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal para eliminar o consumo de cerca de 6,4 mil toneladas métricas de HCFCs. Entretanto, para alcançar a meta de eliminar o consumo de 97,5% dos HCFCs em relação à linha de base do país até 2030, o país irá eliminar o consumo de cerca de 2,9 mil toneladas métricas de HCFCs como contrapartida aos recursos a serem recebidos.

Somadas, essas quantidades representam 19,5 milhões de toneladas de CO2eq, que, se liberada para a atmosfera, corresponderiam a aproximadamente as mesmas emissões da frota de carros de médio porte em 2022 de quatro importantes capitais brasileiras: Brasília, Belo Horizonte, Rio Janeiro e Salvador, estimada em 6,3 milhões de carros, rodando uma distância de 12.000 quilômetros.

Emenda de Kigali e o clima 

Mas, ainda há muito para fazer: o planeta está aquecendo, o que aumenta a necessidade de climatização em residências, escolas e locais de trabalho. Ao mesmo tempo, a expansão do acesso dos países à cadeia de frio sustentável – para manter os alimentos frescos e as vacinas viáveis – é essencial para satisfazer as aspirações de desenvolvimento sustentável. Ao eliminar gradualmente os hidrofluorcarbonos (HFCs), poderosos gases que contribuem para o aquecimento climático e que substituíram os HCFCs na indústria de refrigeração e ar condicionado, a Emenda Kigali poderá resultar na prevenção de um aquecimento de até 0,5°C até 2100.

Em 2023, o Brasil internalizou a Emenda de Kigali à legislação nacional por meio do Decreto 11.666, 24 de agosto de 2023, e realizou Consulta Pública sobre a proposta de Instrução Normativa que regulamentará as exigências e os procedimentos relacionados ao controle de importação de HFCs e misturas contendo HFC. A norma também irá estabelecer os limites anuais máximos de importação, em atendimento à Emenda de Kigali.

Ainda neste ano de 2023, durante a 93ª Reunião do Comitê Executivo para a Implementação do Protocolo de Montreal, que ocorre de 15 a 19 de dezembro de 2023, será apreciado o pedido do Governo Brasileiro para a liberação de recursos para a elaboração da Estratégia Geral para a implementação da Emenda de Kigali no país, que deverá ocorrer ao longo do ano de 2024.

Neste ano que se encerra, o Brasil alcançou excelentes resultados para a proteção da Camada de Ozônio graças à parceria entre governo, setor privado e a sociedade civil. Esperamos seguir contando com o apoio de todos para o ano de intenso trabalho que teremos adiante..

Desejamos a todos/as que 2024 seja um ano de grande prosperidade e realizações!

Equipe de implementação do Protocolo de Montreal no Brasil.

 

MMA LANÇA CONSULTA PÚBLICA SOBRE A ETAPA III DO PROGRAMA BRASILEIRO DE ELIMINAÇÃO DOS HCFCs (PBH)

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima iniciou em 01/12/2023 a consulta pública sobre a Estratégia Geral da Etapa III do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), que prevê ações voltadas para o setor de serviços em refrigeração e ar condicionado, com foco em:

  1. Conservação do banco de HCFCs no país, seja regenerando, reciclando ou evitando o vazamento, no sentido de manter estoque e evitar a substituição antecipada por substâncias de alto Potencial de Aquecimento Global (GWP, em inglês Global Warming Potential);
  2. Promoção do uso seguro e eficiente de fluidos refrigerantes alternativos de zero PDO (Potencial de Destruição da Camada de Ozônio) e baixo GWP e que proporcionem maior eficiência energética;
  3. Implantação de treinamentos de diferentes níveis de profissionais que atuam no setor de serviços, nos subsetores de Refrigeração e Ar condicionado;
  4. Prestação de assistência técnica para a execução de projetos demonstrativos que possuem potencial de serem reproduzidos nos subsetores abordados, evitando assim as conversões transitórias.

Com a Etapa III do PBH, o Brasil irá buscar financiamento junto ao Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal para eliminar o consumo de cerca de 6,4 mil toneladas métricas de HCFCs.  Entretanto, para alcançar a meta de eliminar o consumo de 97,5% dos HCFCs em relação à linha de base do país até 2030, o país irá eliminar o consumo de cerca de 2,9 mil toneladas métricas de HCFCs como contrapartida aos recursos a serem recebidos.

Somadas, essas quantidades representam 19,5 milhões de toneladas de CO2eq, que, se liberada para a atmosfera, corresponderiam a aproximadamente as mesmas emissões da frota de carros de médio porte em 2022 de quatro importantes capitais brasileiras: Brasília, Belo Horizonte, Rio Janeiro e Salvador, estimada em 6,3 milhões de carros, rodando uma distância de 12.000 quilômetros.

Acesse www.gov.br/participamaisbrasil para conhecer a proposta da Etapa III do PBH e participar da consulta pública. Sua opinião é importante para ajudar o Brasil a proteger a Camada de Ozônio!

SENAI BH forma 1ª Turma Feminina do curso de Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado

Em todo o Brasil, está foi a sexta turma feminina neste curso de Boas Práticas; e a sétima entre os cursos gratuitos implementados pelo PBH

A escola SENAI CFP Américo Renê Giannetti, localizada em Belo Horizonte (MG), formou a 1ª Turma Feminina do curso de “Boas Práticas para Melhor Contenção do HCFC-22 em Sistemas de Ar Condicionado do tipo Janela e Mini-Split” no dia 25 de novembro. O curso é totalmente gratuito e é realizado no âmbito do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Esta foi a primeira turma exclusivamente feminina formada pela escola neste curso, seguindo a tendência incentivada pelo Programa de abrir mais oportunidades para as mulheres no setor de refrigeração.

O diretor da escola, Ricardo Alexandre Pereira, afirma estar muito feliz com a parceria com o PBH. “Nós já tivemos a oportunidade de formar diversos alunos/as nos cursos de Boas Práticas em Refrigeração. Somente este ano (2023) chegaremos a cerca de 150 alunos (homens e mulheres) formados. Para 2024, esperamos formar mais 80 alunos/as”, diz.

Mas, para o diretor, esta turma foi especial: “Formar a 1ª turma só de mulheres é uma satisfação muito grande, pois cada vez aumenta a importância da participação feminina no mercado da Refrigeração e elas precisam estar cada vez mais engajadas e capacitadas. Foi um projeto que deu muito certo! Acredito que outras turmas femininas virão em 2024, pois temos muitas mulheres realizando os nossos cursos e com a divulgação dessa oportunidade exclusiva, muitas delas com certeza vão se interessar e se inscrever. E nós vamos continuar realizando os cursos regulares (masculinos ou mistos).”

Stefanie von Heinemann, consultora e gerente de projetos da GIZ, presente ao último dia de treinamento que foi seguido da cerimônia de formatura, concorda com o diretor que formar mais esta turma de mulheres dá uma satisfação muito especial. “Nós verificamos que a participação de mulheres nesses cursos era de apenas 5%, até o ano passado. Então, neste ano, procuramos formas de atingir mais esse público-alvo feminino. E realmente conseguimos com essa iniciativa atrair mais mulheres, porque elas se sentem mais à vontade, em um ambiente exclusivamente feminino. Essa foi nossa sexta turma de mulheres neste curso. Formamos três turmas femininas em parceria com o SENAI-SP; uma com o SENAI-RS e uma com IFBA-BA, explica. Além de outra turma feminina formada recentemente no curso de Mecânica, no SENAI-RN. Temos certeza de que esse projeto de ‘turmas exclusivas femininas dos cursos do PBH’ irá continuar em 2024 e nós próximos anos, porque o objetivo de inserir mais mulheres no setor de Refrigeração permanece.”

Empreendedoras

No total foram 9 alunas formadas, que frequentaram as aulas ministradas pelo instrutor Pedro Henrique de Freitas Lima, durante quatro sábados de novembro, das 8 às 17 horas. O professor Pedro contou com o apoio de dois outros instrutores da escola durante algumas das aulas: Caio Alexandre Evangelista (1º dia) e Rogério Melo (último dia).

Conheça mais sobre as alunas desta 1ª Turma do SENAI-BH:

  • Brenda Barbosa Alves, 32 anos:

“Eu fui orientada para realizar este curso pelo especialista na área, Macson Ferraz, da MF Soluções. Sou engenheira civil e trabalho com ele, como projetista autônoma, em diversos projetos, como plantas fabris na área alimentar, que incluem câmaras de refrigeração. Só na construção civil estou há 11 anos. Mas realizar esse curso foi excelente, porque eu precisava entender mais a fundo sobre os fluidos refrigerantes, sobre as boas práticas em sistemas de ar condicionado, nesse contexto de mudanças climáticas e proteção da Camada de Ozônio. Gostei muito do curso. Foi sensacional!”.

  • Márcia Maria Menezes, 56 anos:

“Adorei o curso. Era o que eu precisava. Acrescentou muito conhecimento. Eu sentia muita necessidade de aprender mais sobre refrigeração. Agora sou outra profissional. Vou trabalhar ainda melhor! Na minha empresa, a Eletromar (em que trabalho eu e mais duas colaboradoras), nós fazemos a manutenção de diversos equipamentos de refrigeração, como climatizadores, geladeiras e freezers. Mas, pretendo também atuar com aparelhos de ar-condicionado. Além desse curso, quero fazer o curso técnico em Refrigeração, aqui mesmo na escola. Espero ser selecionada!”.

  • Iris Borges Constantino, 66 anos:

“Sou carioca, mas vim há um ano para Belo Horizonte e estou trabalhando atualmente junto com a Márcia, na empresa Eletromar. Eu gostei muito da proposta do curso, pois quero entender mais sobre os equipamentos de ar-condicionado. Não atuamos nessa área ainda, mas eu já tenho muita experiência em construção, pois trabalhei 21 anos na área na cidade de Boston (EUA) onde residia. Amei muito o curso, especialmente da parte prática. E, também, do nosso grupo de mulheres, que parece uma família. Foi maravilhoso. Quero fazer outros cursos na área!”

  • Paula Christine Ferreira S. Freitas, 32 anos:

“Sou formada em administração, faço faculdade de Marketing Digital e tenho três filhos. Sou também do ´Movimento Elas na Refrigeração´, membro do grupo de mulheres nacional e no estado. Fiquei sabendo da existência desse curso por meio da Gisieli (que fez parte da turma mulheres no SENAI Porto Alegre). Mas quando soube desta turma aqui no SENAI-BH fiquei muito feliz, porque nós mulheres temos muito a vencer nessa área, ultrapassando os preconceitos, e o conhecimento é essencial para isso. Há 12 anos tenho minha própria empresa na área, que abri aos 22 anos. Hoje já temos 8 funcionários; são 10, somando eu e meu marido, que há cinco anos começou a atuar comigo. O curso foi ótimo! Aprendi muito, especialmente sobre as boas práticas. Agora, na minha empresa, é obrigatório reciclar os fluidos e está proibido liberar para o meio ambiente. Espero que possam ter mais cursos como esse, só para mulheres, aqui no SENAI-BH.”

  • Sthfany Cristina dos Santos Oliveira, 19 anos:

“Fiz um curso de refrigeração aqui no SENAI-BH de um ano e, em seguida, consegui um contrato numa empresa também de um ano. Eu gostei muito da área e quero a me aprimorar, por isso, quando soube deste curso, por meio da MF Soluções, em que atuei num projeto, eu quis logo fazê-lo. Adorei o curso. Foi muito bom, porque aprendi mais. Pretendo fazer outros cursos, como de Técnico de Segurança no Trabalho e até, no futuro, engenharia. Sou nova, tenho muito a aprender e evoluir, a refrigeração é uma área muito boa e traz muita oportunidade.”

Além dessas alunas, participaram também: Kenia Cristina Silva, 36 anos, formada em administração, há cinco anos vendedora na área; Eduarda Silva Azevedo, 24 anos, engenharia mecânica, compradora na área; Junia Paula de Castro Souza, 52 anos, vendedora na área; e Rosimary Alves da Silva, 44 anos, que quer se qualificar para entrar na área. Todas querem realizar mais cursos na área de refrigeração e climatização.

Mulheres que inspiram

 

Durante a cerimônia de formatura, a aluna Iris Constantino representou a turma feminina na entrega do troféu “Mulheres que Inspiram” a Stefanie von Heinemann, da GIZ. A homenagem ocorreu em nome da escola SENAI CFP Américo Renê Giannetti, em agradecimento à parceria e pela realização deste importante movimento que abre oportunidades para mais mulheres se qualificarem na área de refrigeração.

Importante ressaltar que essa iniciativa e outras do PBH, em prol da promoção do equilíbrio de gênero, com objetivo de aumentar a participação das mulheres no mercado de trabalho da Refrigeração no Brasil, conta com o empenho do Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), responsável pela coordenação do PBH, além da agência bilateral Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, que implementa esse e outros cursos e demais projetos do PBH para o Setor de Serviços no país.

Conheça as escolas parceiras do PBH, nas cinco regiões do Brasil pelo site (https://boaspraticasrefrigeracao.com.br/cursos/).

 

Mais informações sobre cursos do PBH em Belo Horizonte (MG):

SENAI CFP Américo Renê Giannetti – FIEMG – Federação das Indústrias de Minas Gerais

Av. Antônio Carlos, 561, Bairro Lagoinha, Belo Horizonte (MG)

Tel.: (31) 3422-5023, 3422-5030 e 3421-2880

 

SENAI-RN, em parceria com o PBH, forma primeira turma do curso gratuito de Mecânica de Refrigeração e Climatização para Mulheres

Mais turmas femininas de cursos do PBH estão previstas para este final de ano e para 2024, além da continuidade das turmas masculinas e mistas, conforme a demanda de técnicos/as.

O SENAI – CTGAS-ER, em Natal (RN), por meio da parceria com o Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH)*, formou no dia 16 de novembro a primeira turma do curso, totalmente gratuito, de “MECÂNICA INSTALADORA E MANTEDENORA DE CONDICIONADORES DE AR SPLIT SYSTEM”, destinado exclusivamente para mulheres. A turma foi composta por 13 alunas, que cumpriram uma carga horário de 160 horas, de 18 de setembro a 16 de novembro, no horário vespertino, com aulas com o instrutor José Rodrigues Fonseca, mestre responsável pelo laboratório de refrigeração do CTGAS-ER, no Hub de Inovação e Tecnologia do SENAI-RN.

Após esse curso, outras iniciativas similares estão sendo planejadas pela escola, como uma turma para este ano, do curso de boas práticas do PBH, e mais duas deste curso de mecânica para 2024. Todas com apoio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que faz a coordenação do PBH, e da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, agência implementadora do projeto.

O incentivo à educação profissional das mulheres está alinhado às estratégias do MMA, da GIZ e do SENAI-RN com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em prol de avanços em áreas como oferta de educação de qualidade, redução das desigualdades e igualdade de gênero.  O tema é tão importante que, na comitiva que esteve presente à cerimônia de certificação, participaram: Ana Paula Leal, Gerente de Projetos do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Tatiana Pereira e Frank Amorim, analistas ambientais do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), e Stefanie von Heinemann, consultora e gerente de Projetos da GIZ, além de membros da direção e coordenação da escola, como Amora Cavalcante, diretora, e Rúbia Lahm, coordenadora de educação.

A diretora Amora Cavalcante falou, durante o evento, do sucesso desta turma: “Essa turma de alunas foi excelente. Elas se dedicaram muito ao curso e adoraram poder realizá-lo, vencendo diversos desafios. Sabemos que, historicamente, o interesse pela área de refrigeração é mais do público masculino. E o nosso papel enquanto instituição que forma pessoas é falar para as mulheres que essa formação técnica traz para elas possibilidades de empregabilidade num médio e curto prazo”, afirma.

Já Tatiana Pereira, analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), destacou sobre o alinhamento desta iniciativa com os objetivos do PBH. “A nossa parceria com o SENAI – CTGAS-ER é excelente. Já formamos dezenas de turmas mistas e masculinas dos cursos do PBH de Boas Práticas em Sistemas de Refrigeração Comercial e Ar Condicionado. E essa oportunidade de formar essa nova turma, agora, exclusiva de mulheres, foi sensacional, porque nosso objetivo é incentivar a participação de mais mulheres na refrigeração, para junto com os homens, tornarem o setor mais sustentável. Essas alunas estão de parabéns. Elas são verdadeiras pioneiras”.

Curso de Boas Práticas para Mulheres

Mas as iniciativas do SENAI – CTGAS-ER em Natal, junto com o MMA e a GIZ, em prol da igualdade de gênero continuam, como explicou a coordenadora da escola, Rúbia Lahm: “Essas alunas são vencedoras. Elas se saíram tão bem no curso de Mecânica, que 100% da turma irá realizar o curso gratuito do PBH de Boas Práticas para Melhor Contenção de HCFC-22 em Sistemas de Ar Condicionado do tipo Janela e Mini-Split” no final de novembro. As alunas foram convidadas pela escola e aceitaram prontamente. Este segundo curso também será ministrado pelo professor Rodrigues.

Neste mesmo sentido, Stefanie von Heinemann, consultora e gerente de Projetos da GIZ, falou também da importância da parceria com o SENAI – CTGAS-ER e do esforço para realizar esse projeto. “Agradecemos muito todo o apoio que recebemos do SENAI – CTGAS-ER, desde a direção e coordenação até o professor Rodrigues e sua equipe na oficina. Queremos apoiar o aumento da participação das mulheres no setor, por meio da realização de novas turmas femininas, deste curso de mecânica e, também, do curso de boas práticas do PBH. Além de ter mais turmas masculinas e mistas, é claro!  Os homens, técnicos em refrigeração, são nossos importantes parceiros. Atualmente são aproximadamente 95% dos alunos dos nossos cursos no Brasil inteiro.”

Segundo Ana Paula Leal, do PNUD, essa capacitação gratuita para mulheres na área de refrigeração é muito importante. “Realizar um curso voltado somente para as mulheres é uma iniciativa inovadora, pois abre as portas para elas neste mercado de trabalho, que é muito promissor. É com muita alegria que vim participar do encerramento dessa turma e parabenizar todas as alunas e, também o SENAI de Natal pela iniciativa, junto com o MMA e a GIZ”, afirmou.  

Refrigeração e família

Como explicou o professor Rodrigues (na foto acima, ao centro), as treze alunas deste curso impressionaram pela vontade de aprender e pela qualidade de trabalho. Segundo o professor, as alunas foram capacitadas, neste curso, para instalar e manter os aparelhos de ar-condicionado, solucionando falhas elétricas e mecânicas durante as manutenções. “Essa inserção das mulheres no mercado de trabalho tem um peso muito bom, porque muda o mercado”, afirmou, complementando: “A experiência com essa turma foi muito legal, pois em toda a minha carreira no SENAI (mais de 30 anos) eu só treinei homens, em algumas turmas tinham poucas mulheres, mas assim (turma só de mulheres) é diferente, elas ficam mais à vontade.”

Muitas das treze alunas realizaram o curso incentivadas por seus companheiros e familiares, inclusive algumas que já atuam na área. Para a maioria delas, a participação deste curso só foi possível porque além de ser gratuito, a turma é exclusiva de mulheres, o que as incentivou a romper preconceitos. Tiveram outras mulheres que se inscreveram para realizar o curso na plataforma do SENAI (mais de 50 candidatas) e não conseguiram nesta oportunidade, por questões diversas. Conheça o depoimento de algumas alunas desta 1ª turma:

  • Luana Melo, 24 anos:

“Foi meu esposo (Thiago Silva) que me indicou esse curso, depois de ver a notícia no Instagram da escola. Ele é aluno do SENAI e está concluindo o curso técnico em refrigeração, mas tem sua própria empresa, a Conforclima, há mais de dois anos. Na inscrição do curso, meu número era o 57, e por isso fiquei supresa e feliz por ser selecionada! Eu já trabalho com meu marido, na parte de atendimento a clientes e vendas, mas eu não fazia trabalho em campo. Eu não achava que eu iria mesmo me interessar em atuar nesta área, mas quando cheguei ao curso percebi que as mulheres querem e podem fazer esse trabalho. Eu gostei muito do curso, porque o professor Rodrigues dava a teoria e já ia direto para a prática, ensinando tudo para nós! Quando eu fui para a rua com meu esposo, já ajudei na instalação. Agora pretendo me aprofundar mais na área, fazendo outros cursos, e conhecendo mais sobre os fluidos refrigerantes, inclusive os naturais e inflamáveis.”

  • Fabiana Vieira, 31 anos:

“Eu fiquei sabendo do curso pelas redes sociais do SENAI. Meu esposo (Iran Goes) trabalha na área há cinco anos. Eu não trabalhava com ele. Eu saí do meu emprego em uma sorveteria para realizar esse curso. Era o que eu precisava. Achei uma oportunidade muito boa, porque a gente acaba quebrando barreiras e estereótipos, de que é uma área masculina. A gente pode! Hoje mesmo (dia da formatura) eu fiz três manutenções junto com meu esposo. E foi assim durante todo o curso. Eu aprendi uma técnica e já ia praticar em campo. Gostei muito! O curso é excelente! Como disse para as minhas colegas de curso, nós mulheres precisamos abrir nossa mente e aprender mais, pois nós podemos trabalhar diretamente na área, ou podemos trabalhar, por exemplo, em uma autopeças e comandar uma equipe. Espero que outras mulheres vejam que nós conseguimos e isso as incentive a entrar também na área.”

  • Maria Alexandra de Souza Teixeira, 22 anos:

Eu fiquei sabendo deste curso por meio da coordenadora do curso de Energias Renováveis. Sou aluna deste curso aqui no SENAI (noturno). No início, eu nem imaginava trabalhar com Refrigeração, mas a minha mãe me incentivou. Ela cuida do meu filho enquanto estudo e me apoia em tudo… Eu gostei da proposta do curso e me inscrevi! Gostei muito do curso e vou continuar estudando. Agora minha expectativa é arranjar um emprego na área. Nós mulheres temos uma oportunidade, pois, por exemplo, se numa casa tiver só uma mulher, ela ficará mais à vontade se for uma outra mulher consertar seu aparelho de ar-condicionado. Tem muita gente que prefere mão de obra mulher… Se eu criar uma equipe só feminina, por exemplo, vou gerar emprego para outras mulheres e ainda terei clientes, como essa mulher… Se Deus quiser logo vou encontrar um emprego nessa área!”

  • Pollyanna de Aguiar Correia, 41 anos:

“Eu soube do curso pelo meu marido (Carlos Alexandre Mangabeira). Ele ficou sabendo por meio de um grupo (mídia social) em que participa. Ele me incentivou a fazer o curso, especialmente porque é uma turma só de mulheres! Assim ele ficou mais tranquilo. Depois de 22 anos trabalhando numa empresa da área, no ano passado, meu marido saiu para trabalhar por conta própria (abriu a Frionatal.com) e eu já comecei ajudando, como auxiliar. Mas, agora, com este curso, estou trabalhando ainda mais com meu marido. Só no último sábado, juntos, atendemos a seis clientes. Eu gostei muito do curso! Aprendi muito! E quero fazer outros, conforme a oportunidade. Além do curso de Boas Práticas (PBH) que vamos iniciar logo, quero fazer o curso de “Placa”, para aprender a consertar as placas de aparelhos de ar-condicionado, porque pegamos muitos serviços deste tipo. Quero aprender mais, para ajudar nossa empresa a crescer!”

  • Nayara Porto Salgado Monteiro, 36 anos:

“Meu marido (Carlos Alberto Monteiro) que me indicou o curso, do qual ficou sabendo pelas redes sociais. Ele já trabalha na área (Policlima). Ele foi aluno aqui do SENAI-CTGAS-ER e participou inclusive do último curso de Boas Práticas em Sistemas de Ar Condicionado do PBH realizado recentemente. Ele me disse: ‘Amor, olha aqui… abriu inscrições para um curso só para mulheres!’ Ele achou muito bom, especialmente por ser exclusivo para mulheres, e eu me inscrevi na hora. Nós abrimos uma empresa na área recentemente e o CNPJ está no meu nome, mas ainda não estamos operando. É para o futuro… então estou me preparando para trabalhar na área também. Eu sou formada em Direito, fui advogada, antes de entrar no Exército. Sou militar, da reserva. Conhecimento nunca é demais! Eu tenho três filhos, e estou aqui vencendo as dificuldades… de administrar uma casa, cuidar da família e estar aqui estudando. Mas deu tudo certo.  O curso foi excelente e logo vou trabalhar na área!”

Participantes

Além das alunas já mencionadas acima, participaram desta turma:

  • Andréia Medeiros da Silva
  • Kelly Amaral de Souza
  • Lucileny Lafayette Moreira Barros
  • Maria Eduarda Dantas da Silva
  • Maria Wilma da Silva Souza
  • Milene Maria de Souza
  • Nayani Nogueira da Silva
  • Renata Aires Freire Santos

Saiba mais em:

  • Cursos e escolas parcerias do PBH no nosso site.
  • Notícias sobre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-RN).

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Por Susana Ferraz, jornalista e assessora de comunicação da GIZ/PBH, também presente ao evento no CTGAS-ER, junto com a comitiva MMA/GIZ/PNUD. Colaboração especial: Jô Lopes (fotos).